Um dos rostos marcantes do século XX

No próximo 30 de setembro fará 65 anos que ele morreu. Ele? Sim, ele, James Biron Dean, jovem ator do cinema norte-americano (Hollywood, lógico), então com 24 anos de idade, que na tarde de 30 de setembro de 1955, pilotava seu carro, um possante Porsch Spyder, por uma auto-estrada de Los Angeles, Califórnia, E.U.A., em alta velocidade, na rota 466. Não estava só, ao seu lado o mecânico que cuidava do automóvel recém-adquirido.  No percurso, bateu em um outro carro e não resistiu. O mecânico, sobre a morte, disse depois que a culpa não foi de Dean, bateram no Porsch dele. “Jimmy”, (apelido do ator James Dean) tinha acabado de filmar “Giant” (no Brasil “Assim caminha a humanidade”) baseado no romance de Edna Faber. No elenco, também Elizabeth Taylor e Rock Hudson. Antes, Dean protagonizou o filme que tinha “a sua cara”, “Juventude Transviada” (Rebel without a cause) não tinha estreado ainda. Este foi o filme que o imortalizou. O mundo (ou parte dele) conhecia James Dean somente “Vidas amargas” sua primeira participação. Isto, nos países que o filme tinha passado. Parece que nem este tinha passado ainda no Brasil. Tanto que na época a imprensa (não havia ainda no Brasil a palavra “mídia”) brasileira noticiou apenas timidamente sua morte tanto que o  “Diário de São Paulo”, jornal do grupo de Assis Chateaubriand mencionou o falecimento do ator de Hollywood em apenas quatro ou cinco linhas e não na primeira página. Não previam que “Jimmy” Dean iria (principalmente após “Juventude Transviada”) tornar-se um dos ícones do século XX, um dos rostos mais fotografados do mundo ocidental e motivo de mil e mil reportagens. Um rosto que revelava toda a ansiedade, medo (talvez?), incerteza, tristeza, angústia, insatisfação. Tudo isso, somente com três filmes protagonizados. E, mesmo já morto, admiradíssimo, principalmente pelos adolescentes.

Quando o filme “Juventude Transviada” foi anunciado em São Paulo, em 1958, a juventude itapetiningana, principalmente a estudantil, ficou acesa. As moças, por causa da beleza física do rapaz e os moços pela indumentária que ele usava. “Jimmy” foi um dos primeiros atores a usar no cinema camiseta branca com mangas cavadas, calças “jeans” e casaco de couro. Seu corte de cabelo era original e seus tiques faciais faziam parte de sua personalidade.

Com minha turma (rapazes e moças) não foi diferente. Todos nós queríamos ver Dean, seus maneirismos, seu olhar, sua voz (na época, não havia a temível dublagem). Acontece que a Censura Federal tinha proibido a entrada de menores 18 anos. E nós tínhamos 15,16, no máximo 17. E o comissário de menores na época Carlos José de Oliveira, o conhecido Carlinhos, era implacavelmente rigoroso, aqui em Itapetininga. Ficava na porta e impedia a passagem de menores quando a censura exigia. O filme “Juventude Transviada” foi proibido para menores de 18 anos só porque, no roteiro, haviam “rachas” de automóveis por adolescentes. E, em 1958, nesta cidade, poucas famílias de classe média possuíam carros. Mas quem não tivesse 18 anos ou mais não entraria mesmo no cinema (no caso: Olana). Ficaríamos sem ver o moço americano James Dean e nem a mocinha, a linda e jovem atriz Natalie Wood. E nem Sal Mineo, o melhor amigo do casalzinho (no filme).

Mas, uma (providencial) gripe afastou Carlinhos José da porta do Cine Olana (depois: Itapetininga) na Rua Monsenhor Soares, em frente ao Clube Recreativo. E como não havia substituto para ele, entramos em bandos nos regalamos em ver o nosso ídolo que depois virou um dos maiores mitos do século XX.

The end…

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