É pau é pedra, é o fim do caminho…

Não tem como não se lembrar destes versos, principalmente neste mês de Março, que fecha o verão, escritos com a maestria de sempre pelo maestro soberano Antônio Carlos Jobim, o Tom Jobim.

A canção “Águas de Março” foi composta em 1972 em seu sítio em Poço Fundo, região serrana do Rio de Janeiro, localizada a 40 minutos de Petrópolis. O maestro estava no sítio onde passou uma temporada em busca de novas inspirações. O local estava em obras no mês de março, Jobim acompanhava em loco, quase todos os dias, o passo a passo da construção, muitas vezes interrompida pelas chuvas de março. Foi nesse cenário do som das águas, dos problemas, da espera, da angústia repetitiva. De repente começa a cantarolar e junto com a melodia realiza os primeiros versos da canção. Teresa, sua mulher, elogia a música. Tom, segundo ele próprio, foi anotando em um “papel de pão” (um papel comum que embrulhava pães comprados nas padarias antes dos atuais saquinhos), rabiscando, reescrevendo, procurando sons, ritmo, harmonia e palavra.

A harmonia de Águas de Março é riquíssima em detalhes e nuances extraordinária, que só Tom sabia explorar e consequentemente compor em seu piano inigualável. Aliás não existe (na minha opinião) uma sequer letra, uma canção, uma que não seja bonita, todas, todas! São belíssimas! Um dos maiores do mundo em todos os tempos.

“Águas de Março” ficou imortalizada na gravação de Tom em dueto com a ” imortal “ Elis Regina do antológico disco “Elis e Tom” (disponível no YouTube e em todas plataformas de música, vale muito a pena se deliciar como ela) nos estúdios da cidade de Los Angeles nos EUA.

Em mais de 40 anos de sua gravação, a música e o mundo mudaram muito, mas são poucas as canções que resistiram ao tempo como Águas de Março, pela qualidade permanente de sua música e letra, de seu ritmo e harmonia.

Depois de Pelé, Tom Jobim é o artista brasileiro mais conhecido nos 4 cantos do planeta, até hoje é venerado por fãs e principalmente por músicos do mundo todo, e não é por menos, sua obra é de gênio absoluto.

E nada mais atual, que nos remete a uma certa esperança neste período tão sombrio, nebuloso e triste que estamos vivendo nos energizamos com belos e profundos nestes de Tom Jobim em “Águas De Março “:

“São As Águas de Marços Fechando o Verão, É Promessa de Vida no Meu Coração”

E que assim seja nobre Tom!

Até a próxima…

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