Neste artigo encerro a trilogia sobre o veículo de comunicação que tenho uma grande paixão, admiração e carinho que é o rádio.
Em agosto de 1997 nos meus saudosos 21 anos rs.. fiz um cursinho noturno preparatório para vestibular na escola Anglo que se localizava nas saudosas instalações da rua João Evangelista.
Ao entrar na sala de aula me deparei com um conhecido de muitos anos, Alexandre Nanini, outro apaixonado por rádio, só que este sim tinha um profundo conhecimento e experiência inclusive no setor técnico, operacional e de locução pois já havia trabalhado na Rádio Super Difusora FM no começo dos anos 90, era o disc jockey oficial do programa da Paula Guarniere, que comentei no artigo anterior, e depois trabalhou na conceituada Rádio Morena FM em Campinas.
Durante o intervalo das aulas fui retirar uma um filme VHS para assistir em casa. A franquia do Anglo na época pertencia ao falecido Mário Nogueira, o Marinho e possuía em anexo a Biblioteca uma locadora com vários títulos de filmes.
Encontrei novamente com o Alemão que havia retirado o espetacular e profético filme Blade Runner O Caçador de Androides, 1984 direção de Ridley Scott (um dos meus 10 preferidos de todos os tempos) que se tornou um clássico, um cult movie. Comentei com ele sobre o filme e papo vai, papo vem, Alexandre me disse: “Vou fazer uma loucura”. Fiquei assustado, claro! Ai e ele continuou. “Vou voltar a fazer um programa de rádio os sábados, só que desta vez numa rádio comunitária no alto da Vila Santana, com músicas do bom rock and roll e participação de ouvintes. Será aos sábados ao vivo e se chamará “Saturday Night Rock”. Só que tem um, porém, estou precisando de um parceiro para dividir o programa comigo”. E eu muito cara de pau me candidatei. “Posso fazer contigo se quiser.” E o “maluco” aceitou.
E assim o “Saturday Night Rock” com a trilha magistral do Filme “Pulp Fiction” de Quentin Tarantino começou na última semana do mês de agosto de 1997 na Rádio Educativa FM e o tal conhecido que reencontrei no cursinho tornou meu parceirassso, um grande amigo, que me ensinou tudo o que sei sobre rádio. O que era para ser um programa de rock apenas, com 2 “malucos” apresentando tornou-se algo maior que até então não esperávamos. Itapetininga tinha uma efervescência noturna espetacular, maravilhosa, a Rua Virgílio de Rezende “bombabava” de pessoas e veículos de ponta a ponta, saudosos bares como o Sacyzinho, Pastelaria do Rogério e danceterias como a Avenida Dancing e Bullus faziam imenso sucesso e eram lotados. E na Vila Barth tinha o bar que fazia as melhores batidas de todos os tempos que era o “Almeida” do saudoso Almeidinha, um verdadeiro gentleman e manjava muito de batidas. Depois surgiu o King Palace e Estação Aurora. Em todos estes locais e outros fazíamos cobertura ao vivo através de rádios frequências os Hts, pouquíssimas pessoas tinham o celular (tijolão na época) além de festas grandiosas que existiam na cidade na época. Nossos parceiros nestas coberturas eram os radialistas, Nando Almenara e Oséias Aguiar, 2 craques no ao vivo. E claro, com apenas 20 anos de idade, no auge das noitadas (a palavra balada nem existia ainda) Itapetiningana, após o programa íamos curtir o que Itape oferecia na vida noturna aos sábados e para encerrar, saborear um bom pastel da manhã na feira livre, era uma maratona, deliciosa !!! Tempos gloriosos .
O sistema de informatização ainda não havia chegado nas rádios aqui da cidade, então tudo era feito com fita cassete e cds Durante as tardes de sábado íamos na Woodstoock locadora do Roberto Paixão, que gentilmente nos emprestava os cds para serem executados no programa.
E assim seguimos esta trajetória ao longo de 4 anos, aí cada um tomou um outro rumo, mas a nossa amizade continua firme e forte. E aproveito aqui este espaço que no dia 20 desta última semana foi o Dia Internacional do Amigo, mandar um forte abraço para Alexandre Nanini, e quem saiba retomemos a parceria.
É queridos leitores, as ondas das rádios tem poderosas e prazerosas transmissões nos sendo capaz de criar até laços fraternais.
Até a próxima!