Por Professor Rodrigo Felipe Raffa
Observar o céu noturno do inverno pode ser uma incrível experiência para os apaixonados por Astronomia. Apesar das noites frias, o ar seco permite uma observação mais limpa dos astros. Isso acontece porque quanto maior é a umidade do ar em uma região, maior é a interferência da atmosfera na luz provinda das estrelas.
Nessa época, a observação com vista desarmada (a olho nu) tem alta potencialidade, podendo observar além da Lua: aglomerados estelares, planetas, estrelas jovens, estrelas supergigantes, nebulosas e até galáxias.
O seu olho é muito poderoso, mas a finalidade dele não é a mesma do Telescópio Hubble, por isso não espere observar imagens como produzidas por ele.
A visão do céu é privilegiada em locais abertos, sem edifícios ou grandes construções ao redor e com pouca iluminação artificial. A poluição luminosa dos grandes centros urbanos também ofusca o brilho das estrelas e atrapalha a observação a olho nu.
O astro noturno mais fácil de se observar é o nosso satélite natural, a Lua. Com suas diferentes fases no mês (nova, crescente, cheia e minguante) ela se renova e ilumina a noite, refletindo a luz solar.
Você deve ter notado uma coloração avermelhada nas últimas noites, principalmente na fase Cheia. Essa coloração aparente é normal quando o astro está no horizonte, causada pela dispersão da luz branca na atmosfera, realçando o comprimento de onda da luz vermelha.
Porém, mesmo um pouco mais alta no céu, a coloração avermelhada continuou e isso não é um fenômeno natural e sim causado pela interferência humana no ambiente. Com o aumento dos focos de incêndio em matas na nossa região neste tempo seco, o ar fica com maior quantidade de elementos suspensos no ar, interferindo na luz provinda da Lua deixando-a com o tom mais avermelhado.