Ah! Que delícia de tempos… (parte II)

Continuando o conteúdo da Coluna iniciada na edição anterior sobre o programa do Museu da Imagem e Som de Itapetininga, da antepenúltima segunda-feira, vinte, no projeto “Você conta a história” transmitido pela TVi (televisão comunitária de Itapetininga), oito horas da noite. O foco foram as itapetininganas Maria Eunice Ferreira Rodrigues Granato (Nicinha) e Maria Nívea Guarneri Machado, a primeira, advogada, e a segunda, professora, ambas também desenvolvendo projetos sociais com crianças e jovens dessa cidade. Os entrevistadores: Roberto Soares Hungria, Hélio Rubens de Arruda e Miranda, Carlos José de Oliveira e este colunista, Ivan Barsanti Silveira. Respondendo as perguntas sobre suas infâncias e juventudes nesta cidade, Maria Eunice e Maria Nívea contaram sobre suas passagens pelo curso primário (hoje: fundamental I), no ginásio (como era chamado o hoje fundamental II) e no curso de Magistério, Formação de Professores Primários (que não existe mais no ensino médio), infelizmente. Elas falaram sobre a Escola Estadual “Peixoto Gomide” com professores sempre rigorosos e depois sobre o Largo dos Amores (“coração e alma” de Itapetininga) com suas quatro rodas giratórias em redor da fonte, nas décadas de metade de 1940 e metade de 1950.
Segundo ambas em seus relatos era ali que aconteciam os “flertes” (olhares) e futuros namoros entre moças e rapazes. Na roda de rapazes tem uma classe social media e privilegiada, segundo Nívea Guarneri, havia muito “bullying” na roda deles. Aliás, nem havia ainda esta palavra inglesa no comportamento social brasileiro. O termo na época, era popularmente conhecido como “gozação” ou “amolação”. Ou seja, se um rapaz convidasse uma moça para sair da roda no Largo dos Amores para um encontro e caso ela aceitasse, o caminho era o Largo da Matriz, mais sossegado. Se o moço não pegasse na mão da moça “no mínimo” ele era chamado de “pato”. Segundo Eunice Granato, após o Largo dos Amores, aos sábados e domingos, haviam brincadeiras dançantes ou bailinhos para os privilegiados que frequentavam o Clube Venâncio Ayres, com orquestra ao vivo (maestro, dez ou quinze músicos e cantores) que executavam músicas de sucesso antigos e as novas que estavam tocando nos rádios. Os ritmos eram diversos: samba, samba-canção, bolero, fox (ritmo norte americano), chá-chá-chá e até baião. As mais românticas eram o samba canção, o bolero e o fox por serem ritmos mais lentos.
Nesta época, o “rock” ainda não tinha aparecido (felizmente para alguns). Os grandes bailes eram o do aniversario do Clube Venâncio Ayres geralmente na segunda quinzena de outubro. No final do ano ou no começo do ano seguinte todos os holofotes estavam no Grande Baile dos Professorandos (formação de professores) do “Peixoto Gomide” e da Associação de Ensino de Itapetininga (a chamada Escola Normal Livre). Muitas pessoas, nestas ocasiões que não podiam entrar no Venâncio Ayres ficavam na beirada na porta principal para ver as professorandas com seus vestidos longos e esvoaçantes, quase sempre seguindo a moda do ano. Muitos eram bastante caros. Nestes bailes, geralmente as orquestras vinham de fora como a de Nelson de Tupã e Pedrinho de Guararapes.
O cinema era imprescindível, principalmente na primeira sessão do Cine Olana na rua Monsenhor Soares, aos domingos. Para muitos (inclua-se Nicinha Granato e Nívea Guarneri), eram anos dourados. Sem nenhuma dúvida.

 

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