Minha amada é tão travessa, mas, tão travessa que, de repente, deu de brincar de esconde-esconde! Sumiu da cidade, do país, nem no facebook, a preciosa brilha mais…
Não sei por onde anda a malvadinha… Já procurei em riba do telhado, no meio do roseiral, nos galhos do abacateiro, à sombra do laranjal, mas, que nada!
Também não vislumbro a formosa desfilando faceirices pelas ruas da cidade… Na feira livre, não circula entre barracas de maçãs, peras, alecrins… Sequer deparo com a divina entrando em lojas, farmácias, mercados… Nas livrarias, a beldade não cintila folheando algum livro… Vasculhei as praças públicas, os jardins da freguesia, templos e igrejas; perguntei às cartomantes, às ciganas, às sibilas, consultei um xamã… Nenhum guarda-noturno viu minha deusa ao luar…
As avenidas? Corri todas! Nem sombra da fugitiva!
Olhei bem as estrelas, mas, não vislumbro nenhuma luminescência noviça reluzindo na Via Láctea!
O Sol também tá igual, a mesma coisa há anos-luz! O vento assobia do mesmo jeito desde o primeiro suspiro da Eternidade… A chuva cai como sempre… Relâmpagos relampejam iguaizinhos, nenhum soa diferente… No arco-íris, nenhuma novidade! O silêncio da madrugada também tá quietim, quietim…
Ai de mim! Se alguém tiver notícias, me avise, por favor!
Solitário aqui no meu canto, rodeado de lembranças, apuro meus ouvidos… Quem dera ouvisse agora, o som de suas sandálias tangendo o ladrilho e o soar de seu riso iluminando a noite!
Quem dera!
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