De guarda-pó branco

Eu sempre acordava antes do Sol… E procurava deixar o café do jeito que ela gostava… Nem sempre conseguia… Ela tem um fino paladar e, às vezes, eu exagerava no açúcar, no pó, na fervura… Mas era um prazer vê-la sentada à mesa, cortando uma fatia de pão, enchendo a xícara… Quando o despertador falhava, não havia tempo pra nada e ela saía às pressas…
Havia alguma coisa tão mágica em vê-la de manhã, de guarda-pó branco indo pela calçada, sob as árvores e, lá em frente, virar a esquina para ir à escola… Eu a olhava do portão e ela parecia tão bonita, tão bonita! Assim que seu desenho dobrava a rua, eu entrava para casa e ficava imaginando o caminho que ela faria…
Às vezes, eu estava distraído no computador e ela chegava do colégio… O Sol parecia entrar na sala em sua companhia… Foram tantos anos assim: ela indo e chegando da escola!
Mesmo quando se zangava comigo, ela parecia tão mágica, tão estranhamente mágica… Mas eu nunca dava muita importância à sua zanga, sabia que logo, logo passaria…
Adorava quando ela me pedia para ir ao supermercado e, quando eu podia, aproveitava para trazer aquele chocolate que ela gostava tanto… Eu me sentia tão feliz por poder comprar um chocolate de sua preferência!
À tardinha, eu queria tanto que ela lesse o meu texto e ficava esperando a hora de pedir pra ela dar uma olhadinha… Mas ela era sempre tão ocupada: provas pra corrigir, cartas pra responder, notas para passar, telefonemas, diário de classe… Vida de professora não é fácil!
Mas ela sempre arrumava um tempinho só pra mim… Que alegria! E ela lia o meu texto… Corrigia, mudava alguma coisa… Às vezes se exasperava “… não, não vou nem ler mais nada, faça outro…”. Outras vezes, dava bronca, vezes outra, elogiava! Nossa! Ela nunca saberá a alegria que eu sentia quando Ela aprovava o meu texto… Era como receber um prêmio, uma láurea, uma dádiva!
Vez em quando, ela dizia: “… amanhã eu vejo, agora vou dormir, tô com sono…”. Eu me sentia triste, triste, mas pensava: tem problema, não, amanhã, ela vê…”! E via mesmo! E ainda me dava uma bronca de lambujem: “… e não mexa mais!”
A Vida continua… Sei que, de manhã, no seu guarda-pó branco, ela caminha à luz do Sol!

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