Apesar de ter apenas 8 anos, o piloto mirim de motocross, Davi José vem se destacando competindo na categoria de 50 cilindradas e já acumula diversos prêmios e medalhas desde que começou a competir no final de 2021.
Tudo começou como um hobby que mantinha apenas por diversão, aprendendo a andar de moto para passear com seu pai no sítio. “Mas em novembro de 2021, eu pedi para competir na corrida que teve em nossa cidade, e desde então peguei amor pelo esporte.”Embora tenha pouca idade, José leva uma rotina de treino séria e dedicada. Sua equipe são seus pais e o primo dele, e recebe apoio de uma empresa no marketing digital.
“Treino aos finais de semana na pista de Itapetininga. E quando viajamos para competições, voltamos domingo, logo após a entrega da premiação da minha categoria, para descansar e me preparar para escola segunda de manhã”, contou. “Em relação ao motocross e aos estudos, é um conjunto que os dois precisam dos mesmos esforços, se não a mamãe já coloca freio no motocross.”
Para ele é maravilhoso como seu esporte lhe proporcionou conhecer uma realidade totalmente diferente da sua e abriu diversas portas para ele desde que iniciou a pratica aos 6 anos. “Nesse 1 ano de participação em campeonatos, tenho conhecido cidades diferentes e feito novas amizades, a família motocross cresce com a gente em cada cidade que passamos, eu amo tudo isso!”, comentou Davi.
Os grupos de motocross são muito unidos, sempre estando juntos e cuidando um dos outros, não ajudando só a crescerem no esporte como pilotos ou trabalhando na parte técnica, como também como pessoas. “Nós fazemos acampamentos, dormimos em barracas, no café da manhã juntamos tudo e todos os amigos, e tomamos nossa primeira refeição juntos com o nascer do sol”, completou.
Se entusiasmou sobre como já tem sido reconhecido na cidade, recebendo incentivo de todos que o conhecem, próximos ou não. “Desde que comecei no esporte, as pessoas que me seguem nas redes sociais quando me encontram dizem “olha o ‘pilotinho’ de motocross,” o que faz eu me sentir bem. Ser reconhecido pelo esporte que tanto amo é gratificante”.
O motocross é um esporte definido pela cilindrada da moto e idade do piloto, sendo que a maioria dos campeonatos regionais definem a idade até 9-10 anos para as 50cc, e a partir dos 11 os pilotos passam para 65cc. “Nesse momento estou participando de 3 campeonatos: Campeonato Paulista, Copa Paulista e Copa São Rafael. Todas correndo na categoria 50cc”, contou Davi. Seu sonho como piloto mirim era receber o convite para participar do Arena Cross 2023, algo que infelizmente não conseguiu esse ano. “Mas irei me esforçar para o ano que vem receber esse convite tanto esperado por nós pilotos!”, prometeu.
A próxima etapa é a Copa São Rafael, que acontecerá em Capão Bonito nos próximos 22 e 23 de abril, onde é o atual vice-campeão. “Vou me esforçar pra finalizar o campeonato pelo menos como vice”, afirmou o atleta.
Sua mãe, Patrícia de Barros, contou um pouco sobre seus sentimentos em relação a carreira do filho tão novo. “Eu sempre achei um esporte muito radical, muito perigoso, e ao mesmo tempo que mexe com a gente, seja parente ou quem está assistindo, até mesmo com o piloto. Tanto que eu relutei muito quando ele disse que queria participar da corrida”, confessou.
No entanto, apesar da angústia de deixar que o filho participasse de um esporte radical, quando ele terminou a primeira competição, na qual ficou em 7º lugar, e lhe pediu para que prometesse que ele poderia participar de outras, ela prometeu, e a partir de outras corridas, ela foi vendo que mesmo ele não tendo nem mesmo uma moto equipada para o motocross, ele conseguia e adorava correr. “Foi quando nós trocamos a moto dele que mudou a minha opinião, que eu deixei um pouco o medo, e dei espaço para a confiança e para o incentivo. Hoje, como mãe de piloto, eu tenho medo, mas eu sou apaixonada pelo esporte e incentivo o Davi”, explicou Patrícia.
“O motocross veio para unir a gente como família. O esporte uniu mais nós três; pois antes, em fins de semana, ficávamos mais no celular, dentro de casa, jogando, e agora todo final de semana está mãe, pai e filho juntos. Estamos incentivando e o mais importante, juntos. É um esporte muito bom, legal e de união tanto entre família quanto entre amigos”, completou.
Foto – Arquivo Pessoal