CIRCO ELEITORAL

Está sendo montado, país afora, o circo eleitoral.
Despesas públicas são historicamente aumentadas, mormente na área de publicidade e divulgação das ações de governo. Nomeações para cargos comissionados atendem, como nunca, interesses meramente partidários, buscando apoios nas campanhas.
Deputados em campanha percorrem feudos eleitorais, demonstrando as verbas e obras que direcionaram a cada município. Soa estranho, mas a aplicação de recursos públicos se transforma em favor pessoal dos candidatos.
A maioria dos candidatos, a todos os cargos, recita frases pré-fabricadas e ensaia feições sorridentes. São, quase todos, empreendedores, candidatos natos à frequência assídua nos gabinetes executivos, em busca de verbas e providências públicas.
A prostituição do Legislativo começa nas campanhas eleitorais, que tendem a beneficiar políticos incondicionalmente situacionistas, qualquer que seja o mandatário. O loteamento partidário de ministérios e secretarias cria cacifes eleitorais, de favores ou desvios.
São raros os candidatos que anunciam conceitos e apregoam posturas, e a maioria foge de temas controversos, buscando unanimidades. Candidatos ideológicos, alguns úteis, outros excêntricos ou ridículos, conseguem boas votações, pois existe uma porção do eleitorado, minoria, que prefere políticos de atuação previsível a meros caçadores de verbas.
O circo eleitoral gera muitos políticos e poucos líderes, permitindo e facilitando a continuidade dos mandatários. Tal situação expõe o país a aventuras personalistas e ideológicas.
Um deputado ou senador que simplesmente favorece sua região ou município pode, com sua omissão legislativa, liquidar um Estado ou país. Precisamos, como nunca, de políticos com opiniões e conceitos, visíveis e asssumidos.
O circo eleitoral permitirá as contribuições de pessoas jurídicas, excrecência que vicia mandatos e desequilibra disputas. Pessoas jurídicas não possuem preferências partidárias. Quem as possui são os acionistas, que devem contribuir dos próprios bolsos.
Mais uma vez, as apurações serão exclusivamente eletrônicas. É estranho que povos com elevado nível tecnológico persistam manuseando e contando votos, enquanto somos recordistas em escrutinação.
Nas redes sociais, cabos eleitorais, alguns certamente treinados e pagos, tratarão de demolir imagens e malversar fatos, refletindo o clima da disputa. Informações e contra-informações frequentarão as telas e ânimos dos internautas.
A Copa do mundo, com riscos à situação e oposição, tenderá mais a cabo eleitoral que certame esportivo. A rigor, um fracasso de nossa seleção seria útil à democracia. Mais importante que os gols que possamos marcar são os custos que a história ainda vai registrar.

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