Fiquei conhecendo Alberto Isaac mais intimamente a partir da década de 1980. Também sua esposa Eza. Já conhecia os filhos Fuad, Silvana e Andréia, e a tia destes, Elizabete (Bete). Enfim, fui cada vez mais aproximando-me da querida família. O cenário político, todos nós admirando o mesmo partido, aproximou-nos ainda mais.
Mas falemos de Alberto, que nos deixou no último oito. Tínhamos uma conversa afinadíssima, pois tínhamos os mesmos gostos culturais. Gostávamos muito do nosso país e principalmente do Rio de Janeiro. Da cultura carioca como as rádios (Nacional principalmente), dos cantores, compositores, orquestras, maestros, rádio-atores e atrizes (é assim que denominavam o pessoal da rádio novelas), das marchinhas carnavalescas (os compositores colocam o mundo em quatro versinhos, impressionante o poder de síntese deles), do teatro de revista (que infelizmente acabou), das chanchadas (filmes) carnavalescas do centro velho do Rio (que lembrava a época imperial).
Fomos algumas vezes juntos nas excursões organizadas pela saudosa “promoter” Leomira Camargo Nunes, assim como nos passeios proporcionados pela Associação de Ensino de Itapetininga, levados pelo sempre querido, Paulo Ozi. Nas excursões do “Vamos ao teatro”, promovidas pelo casal Leomira (Camargo) – José Nunes, a partir de 1987, sempre uma vez a cada mês, Alberto Isaac não via a hora de chegar no “shopping” escolhido para refugiar-se nas livrarias locais. Lá, Alberto, sempre acompanhado de um pequeno grupo de itapetininganos, observavam os livros, principalmente edições recentes, de autores (sempre brasileiros) cujas informações saíam publicadas no “Suplemento Literário” do jornal “O Estado de São Paulo”, no qual Alberto Isaac escrevia sobre esta região.
O itapetiningano Alberto sempre comprava um livro e, principalmente, jornais cariocas, especialmente o seu favorito “Jornal do Brasil”. Quando encontrava nas bancas paulistanas, ele “ganhava o dia”. Lembro-me que num espetáculo teatral da F.A.A.P., no bairro de Pacaembu, São Paulo, antes da apresentação, Alberto Isaac comprou a obra “Chatô, o rei do Brasil” de Fernando Moraes, uma biografia do jornalista Assis Chateaubriand, um dos homens mais poderosos do Brasil nas décadas de 1950 e 1960, e com o livro na mão, ele, Alberto, ficou bastante emocionado e pegava a obra na mão, cheirava a impressão (como o cheiro é gostoso), olhava a capa e dizia “felizmente não é digital e sim concreto, posso pegá-lo”.
Muito do pessoal que escreveu sobre Alberto Isaac na edição especial deste “Correio” tem razão: os personagens descritos por ele em suas crônicas além de serem locais, eram também universais. Alberto já é um daqueles itapetininganos inesquecíveis.
Se fato é foto…
O executivo de negócios Lucio Mota da TV TEM (Afiliada Rede Globo) de Itapetinga. Lúcio é do Rio de Janeiro, está há 8 anos em Itapetininga. Está feliz em dose dupla: Um dos motivos é a boa fase do seu time Botafogo e a outra por encontrar o tradicionalíssimo biscoito carioca “Globo” aqui em Itape. Foto – Arquivo Pessoal
