CAMPANHA ELEITORAL

A propaganda eleitoral pode soar ridícula, mas é interessante e chega a provocar risos.

Alguns ladrões notórios prometem colocar a polícia na rua, enquanto outros clamam pela dissolução da Polícia Militar. Querem o fim do aparato repressivo do Estado, como se formássemos uma sociedade já educada e ordeira, capaz de conviver na mais pacata e civilizada Anarquia.

Outros confessam que só admitem o casamento entre pessoas de sexos opostos, sabendo que milhões aprovam tal ideia. A união civil, direito de todos, é aludida como “casamento”, e os eleitores imaginam Sebastião trajando véu e grinalda, enquanto Francisco aguarda, ansioso, pelo momento de juras e promessas.

Uns defendem o irrestrito direito ao aborto assistido, enquanto outros ponderam o risco da prática tornar-se mais um corriqueiro método anticoncepcional. O posicionamento a respeito do aborto se transforma em questão de mandato ou morte.

Todos defendem a liberdade de expressão, principalmente quando utilizada para elogiá-los. Existem os que pregam o controle social da mídia, pomposo nome para a busca da adequação e conveniência partidária e ideológica de notícias, comentários e entretenimentos.

A maioria dos candidatos prefere apelar para a costumeira e sempre descumprida promessa de “lutar” pela educação, saúde e segurança. Até o aerotrem acaba transformado em plataforma de governo.

Nas cidades, placas indicam que Fulano apoia Cicrano, e só Deus sabe se está agregando ou espantando votos. Movimentos patrióticos pregam o voto em candidatos da terra, mesmo havendo um do PCO e outro do DEM.

Candidatos com pequenas chances merecem o respeito de todos, mas os que despontam como favoritos sofrem intenso tiroteio, de verdades e mentiras. O mais verídico e acreditado instituto de pesquisas é aquele que aponta os candidatos mais atacados.

Debates continuam circenses, com perguntas e respostas de efeito, devidamente decoradas e ensaiadas. Nanicos passam pelo desagrado de perguntar o que não respondem, e responder o que não foi perguntado.

Observadores internacionais devem estranhar as propagandas que garantem que o candidato é honesto. A credibilidade é tamanha que não são raros os postulantes que assinam documentos, garantindo posturas e prioridades, se eleitos.

Somos um povo oprimido pela corrupção, humilhado pelos vergonhosos compadrios e aparelhamentos do Estado, escravizado por oligarquias e quadrilhas oficiais, que vai, mais uma vez, eleger mandatários sem qualquer discussão de natureza ideológica, quanto ao rumo a ser seguido, pelo país. Até parece que estamos elegendo quem vai administrar um simples boteco.

Continuamos elegendo legisladores que pouco legislam e nada fiscalizam, mas que prometem trazer verbas para a região. Continuamos as hienas de sempre.

Últimas

Correio Político 1000

Correio Político 1000

  Everthon Juliano Quem surge como uma nova alternativa para a Câmara Municipal é o educador Everton Juliano, pré-candidato a vereador pelo PSOL. Professor de educação infantil, Everthon produz conteúdo...

Apadrinhamento Solidário, um olhar de inclusão

Apadrinhamento Solidário, um olhar de inclusão

Com o objetivo de proporcionar convivência familiar, apoio financeiro e de serviços a crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional e com poucas perspectivas de retorno a família de...

mais lidas

Assine o Jornal e tenha acesso ilimitado

a todo conteúdo e edições do jornal mais querido de Itapetininga

Bem vindo de volta!

Faça login na sua conta abaixo


Criar nova conta!

Preencha os formulários abaixo para se cadastrar

Redefinir senha

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail para redefinir sua senha.