PRIMEIRO ESCALÃO

São raros os bons administradores públicos perpetuados no poder.
A regra é terem rápidas passagens pela vida pública, quase sempre tumultuada e repleta de turbulências políticas. Bons administradores não fazem, do mandato, mero e inescrupuloso atalho ao mandato seguinte.
O primeiro teste à gestão, que acaba por determinar-lhe o perfil, é a construção do ambiente próximo, nomeando os membros do primeiro escalão, ministros e secretários. As nomeações privilegiam o bom relacionamento com os legislativos, federais, estaduais ou municipais.
Os legislativos viciam e são viciados pelos executivos, em promiscuidade que tem, como vítima, o cidadão, e como resultado a ineficiência e o descalabro. O preceito constitucional da harmonia e independência entre os poderes ainda não foi incorporado a nossos costumes políticos.
O descalabro começa pela nomeação de vereadores, deputados e senadores, para cargos executivos. O expediente faz com que o executivo tenha o poder de, a qualquer hora, liquidar o mandato do suplente, bastando para isso exonerar o nomeado.
O expediente revela ainda uma infidelidade do nomeado, para com seus eleitores, pois não pediu votos para acabar ministro ou secretário. A legislação deveria extinguir o mandato eletivo, assim que o eleito aceite um cargo executivo de livre nomeação.
As nomeações podem ainda privilegiar políticos não reeleitos, impedindo que fiquem sem cargo ou função pública. Podem ainda promover nomeações para que os não reeleitos acabem assumindo mandatos legislativos, na condição de suplentes.
O jogo de nomeações de início de mandato revela o porte ético do administrador, e acaba por sentenciar-lhe a gestão. Em ambientes prostituídos, como o nosso, as nomeações constituem uma forma de obtenção de maiorias legislativas, capazes de apoiar qualquer desvio ou ineficiência.
Nomeações acabam por determinar o conteúdo de leis que devemos cumprir, e anistias informais de todo e qualquer malfeito com nossos recursos. Convém atentar para o fato de serem, os órgãos públicos com maiores orçamentos e visibilidade, os mais disputados pelos grupos políticos de apoio.
É essa brincadeira, suja e rasteira, que vai determinar o tamanho das filas nos serviços de saúde, o grau de insegurança social, a voracidade dos impostos, a indefinição jurídica, os buracos nas ruas, a precariedade da educação e tantas outras mazelas.
Ainda bem que existem pensadores que se manifestam, imprensa não cooptada, organizações sociais não atreladas, estratos policiais independentes, promotores, juízes e as bancadas de oposição, que exercem a difícil missão de remar contra a corrente, impedindo ou dificultando a fundação de impérios dominadores e cultos a lideranças ridículas, populistas e artificiais.
Convém atentar ao que dizem e fazem.

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