Municípios dos países que compõem o grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão se unindo para criar uma associação representativa dentro do bloco. O objetivo desse novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto por meio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics. Recentemente, também ingressaram no grupo Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes.
São realizados encontros, fóruns e conferências para tratar de assuntos que vão da saúde à economia digital, passando por exploração mineral, segurança e sustentabilidade, buscando fortalecer a cooperação, parcerias e investimentos entre países da aliança. A Associação de Municípios dos Brics+ foi criada com objetivo de fortalecer a cooperação entre os municípios dos países participantes.
A iniciativa tem o apoio da Associação Brasileira de Municípios (ABM) e facilitará o financiamento de projetos sociais a partir do Novo Banco de Desenvolvimento ou Banco dos Brics. A intenção é promover o desenvolvimento sustentável das cidades.
“Da mesma forma que os países que formam redes para se fortalecer, quando uma cidade estabelece ligações com outros municípios, multiplica oportunidades de desenvolver conhecimento, receber financiamento e criar negócios. Itapetininga poderia celebrar acordos para se beneficiar de intercâmbios, trocas de experiências e abertura de oportunidades para os cidadãos”, destacou a especialista em geopolítica com mestrado em relações internacionais, Paula Granato.
Conforme Granato, a integração da Associação de Municípios dos Brics irá abrir portas importantes para profissionais, estudantes e iniciativas nas mais variadas áreas, de negócios a cultura, passando por projetos sociais e de sustentabilidade. “Entre outros benefícios, facilitará o financiamento de projetos sociais a partir do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) ou Banco dos Brics” afirma a especialista.
Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável no Brics e em outras economias emergentes, o NDB, até o início de 2023, tinha cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões estavam investidos no Brasil, principalmente em projetos de rodovias e portos.
No mês passado, o NDB, que atualmente é presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, destinou US$ 1,115 bilhão, ou cerca de R$ 5,750 bilhões, para o Rio Grande do Sul, após a tragédia climática.