Itapetininga está na 23ª posição no estado de São Paulo no Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2024. Uma metodologia internacional que calcula o bem-estar da população a partir de 53 dados oficiais, das cidades brasileiras. A colocação envolve os municípios entre 100 mil e 200 mil habitantes. O resultado mostra que o interior de São Paulo predomina nas melhores colocações e os municípios da Amazônia ficaram na lanterninha.
A cidade com melhor resultado foi Gavião Peixoto, perto de Araraquara e São Carlos, com população de apenas 4.700 pessoas, mas que tem um polo aeroespacial importante da Embraer. A pequena cidade se insere num cluster entre Araraquara e São Carlos, cidades maiores e com muita oferta de serviços. Os moradores se beneficiam de uma cidade com bons empregos e acesso aos serviços de saúde e educação.
Numa escala de zero a 100, Itapetininga obteve nota 64,27. Isso conferiu o 575º lugar entre as 5.570 cidades do país, independente do porte. A ferramenta avalia os territórios com base em três eixos: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. As notas atribuídas em cada um dos eixos foram utilizadas para fazer a média final.
No primeiro, Necessidades Humanas Básicas, Itapetininga obteve nota 82. Nesse critério, em que a cidade ficou em 407ª colocação no país, são avaliados se o morador possui acesso a serviços de saúde e nutrição, água e saneamento, moradia e segurança. No segundo eixo, Fundamentos do bem-estar, Itapetininga obteve nota 72,47 e permaneceu entre os melhores do país: posição 135. Nesse aspecto é avaliado acesso ao conhecimento básico, à informação, saúde e bem-estar e meio ambiente.
O foco do índice não está diretamente ligado à questão econômica ou ao investimento em infraestrutura. O IPS Brasil mas nos resultados que eles trazem na vida das pessoas, favorecendo o acesso à cidadania e redução da desigualdade. O estudo é uma iniciativa que envolve o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá – Pesquisa e Desenvolvimento e o Social Progress Imperative.
Queda
Baixa inclusão e graduação derrubam nota da cidade
A nota de Itapetininga cai na área de Oportunidades, conforme o terceiro eixo definido no IPS Brasil 2024, ao registrar nota 38,34 o que levou a ocupar a 3.401ª posição no ranking brasileiro. Esse fundamento é composto pela baixa inclusão social e dificuldade de acesso ao curso superior que assinalaram as pontuações mais baixas do município entre os indicadores, ao lado dos direitos individuais. Além disso, completam o quadro, liberdades de escolhas.
No acesso ao curso superior, o IPS Brasil utilizou três parâmetros: número de trabalhadores com graduação, mulheres empregadas já inseridas no mercado de trabalho com formação universitária e nota média do Enem. Já em inclusão social, os indicadores são: paridade de gênero na Câmara Municipal; paridade de negros e pardos no Legislativo; e violência contra mulheres e negros.
O professor do departamento de Geografia da USP, Fabio Betioli Contel, explicou que o interior de São Paulo largou na frente em relação aos outros estados na industrialização trazendo consequências positivas. A partir da década de 80, a rede de universidades públicas qualificou a mão de obra e muitas cidades se transformaram em polos tecnológicos ou clusters de inovação.
Entre as 20 melhores notas, 13 ficam no interior paulista, conhecido pela pujança econômica e centros tecnológicos, muito associados a universidades. Em geral, os melhores resultados para a dimensão Oportunidades ocorreram nos municípios mais populosos do país.
“O componente Inclusão Social busca garantir que todos os indivíduos tenham acesso equitativo a oportunidades e recursos, independentemente de sua origem, raça, gênero, orientação sexual, condição socioeconômica ou deficiência”, apontam os organizadores do IPS Brasil.