Após discordâncias entre membros do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga (IHGGI) e membros da diretoria da Casa Kennedy- Centro Cultural Brasil Estados Unidos, o Instituto foi retirado do local, após decisão da Justiça. Em entrevistas ao Correio, ambos os lados, que mantinham uma parceria há 18 anos, se manifestaram sobre a situação.
O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico De Itapetininga foi fundado em 2005, e tem como objetivo promover o estudo e a divulgação da História, da Geografia e da Genealogia de Itapetininga e região. A Instituição estava localizada em uma das salas na Casa Kennedy- Centro Cultural Brasil Estados Unidos, mas após discussões entre os membros, acabaram sendo retirados pela Justiça.
De acordo com uma nota enviada pela Casa Kennedy, o local estava sendo ocupado indevidamente pelo IHGGI. “A diretoria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos – Casa Kennedy manifesta-se sobre as intensas atividades culturais em sua sede e destaca a ampliação da área interna para a Cultura, de espaço antes ocupado, há alguns meses, de forma indevida. Um Instituto que ocupava parte do imóvel decidiu entrar com processo judicial contra a Casa Kennedy, por não aceitar as regras de boa conduta. Obviamente que perderam a ação. E após Decisão do Juiz de Direito da 3ª Vara Cível, de 04 de setembro de 2024, determinou a ‘desocupação integral do espaço’, ‘bem como ordem de arrombamento e reforço policial, caso sejam necessários’ para efetivo cumprimento da decisão judicial, garantindo à Casa Kennedy o total acesso às suas próprias dependências”.
Segundo o membro e ex-presidente do IHGGI, Giovani Ferrari, o que teria acontecido é que após 18 anos no local, a diretoria da Casa Kennedy propôs um contrato, com duração de um ano, que formalizaria o uso da sala pelo Instituto. Os membros teriam optado por não assinar o contrato por medo do tempo de duração o que teria os prejudicado.
As desavenças, de acordo com Ferrari, teriam acontecido após novas medidas impostas, as quais parte dos membros não estavam de acordo. “Não podíamos levar visitas sem avisar. Nosso horário de funcionamento da sala passou a ser limitado por conta das outras atividades lá propostas, o que nós sempre respeitamos. Mas com esse novo contrato, ficamos receosos porque para nós parecia como um contrato de aluguel, que após o vencimento de um ano, teríamos que sair. Com isso, foi iniciado um processo. Algumas acusações sérias e pessoais foram feitas contra mim. Tínhamos provas e um advogado, mas o mesmo acabou perdendno a audiência e com isso, tivemos que nos retirar”.
Em nota, a Casa Kennedy relatou que um chaveiro e um oficial de justiça tiveram que ir até a sala antes ocupada pelo IHGGI. “Restou que foi necessário a presença de um profissional-chaveiro, acompanhado de um Oficial de Justiça para, na manhã do dia 10 de setembro, realizar a abertura de sala antes ocupada por um Instituto Histórico acéfalo. Assim, a área antes negligenciada, poderá voltar a ter destino ao bom uso da Cultura, das pesquisas históricas, das reuniões culturais, dos ensaios teatrais e musicais, das aulas de pintura, dos ensinamentos do idioma inglês, das reuniões literárias, dos saraus poéticos e dos grandes debates filosóficos”.
“Apenas lamentamos o destempero e desespero que fez ruir e levar à míngua uma entidade antes respeitada como o IHGGI – Instituto Histórico, Genealógico e Geográfico de Itapetininga. A história saberá quem afundou o IHGGI. Triste registro histórico. No mais, celebramos a riqueza cultural que tem permeado o ambiente da Casa Kennedy e, doravante, ainda mais altiva do que nunca”, finaliza a nota.
Desde o ocorrido, o Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga está ocupando, temporariamente, uma sala na Fundação Karning Bazarian.