Segundo dados do IGBE, o número de surdos no Brasil ultrapassa a marca de 10 milhões de pessoas. Mesmo com a Lei nº 10.436, que determina o uso da Língua Brasileira de Sinais, essa parcela da população ainda enfrenta dificuldades para acessar diversos serviços, desde uma consulta médica até o atendimento em bares e restaurantes.
No último dia 26 de setembro, foi comemorado o Dia Nacional do Surdo. A data busca conscientizar a sociedade sobre os direitos e os desafios enfrentados pela comunidade surda.
Foi nessa data, no ano de 1857, que fundou a primeira escola de surdos do Brasil, o Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), localizado no Rio de Janeiro e até hoje é uma referência para quem quer aprender Libras. É uma data dedicada a reconhecer a importância das pessoas surdas, sua cultura, língua, história e luta por direitos e a efetiva inclusão.
A alfabetizadora de surdos e professora intérprete de libras, Flávia Alves, possui um instituto em Itapetininga, com o foco em capacitar pessoas ouvintes para uma efetiva comunicação com a pessoa surda. “Temos um grupo de surdos que participam de alguns projetos do Instituto e no momento estamos com um grupo de 17 surdos participando do ‘Projeto Sinalize a Cidade’”.
Segundo a professora, a importância do ensino de libras para surdos e ouvintes é muito importante para a inclusão. “Para o surdo é importante porque é o idioma dele, a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, oficializou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão no Brasil. E essa Lei garante a educação do surdo de forma bilíngue, ou seja, Libras como primeira língua e língua portuguesa como segunda língua na modalidade escrita. Já os ouvintes devem aprender Libras para se comunicar com os surdos que estão em todos os lugares, na escola, nas empresas, nas firmas, e precisam entender e serem entendidos”.
Flávia ainda comenta sobre a falta de profissionais qualificados para que o ensino de Libras seja de fato efetivo. “Os desafios ainda é a falta de conhecimento, muitas pessoas não sabem que LIBRAS é a Língua Brasileira de Sinais, ou seja, um idioma, o idioma das pessoas surdas. E a falta de profissionais qualificados”.
Apesar disso, ela enxerga uma melhoria na inclusão de pessoas surdas. “Eu vejo de uma forma bem positiva, a Libras ganhou visibilidade e muitas pessoas começaram a aprender o idioma com objetivos bem diferentes, algumas pessoas querem aprender para ser professora de LIBRAS, outras querem aprender para ser intérprete de LIBRAS e ainda outras querem aprender só para se comunicar com um colega de trabalho ou um vizinho surdo”, finaliza.
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