Itapetininga registrou um aumento de 20,7% no número de trabalhadores com carteira assinada entre 2020 e 2024, passando de 34.663 para 41.868, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Os setores de maior empregabilidade em 2024 são: serviços, com 11.792 trabalhadores; comércio, com 10.510; indústria, com 9.680; agropecuária, com 7.930; e construção, com 1.956. Em 2020, esses números eram 9.743, 9.106, 8.434, 5.886 e 1.494, respectivamente.
Para o economista Márcio Aleixo, o crescimento no número de empregos formais está diretamente relacionado à capacidade de atração de novos investimentos e à expansão empresarial dos negócios já instalados no município. “O grande diferencial de Itapetininga acredito que foi a capacidade de conseguir atrair investimentos e que os empresários que já estavam na cidade fizessem grandes investimentos”, afirma ele, destacando que essa expansão foi acompanhada pela consolidação de novos bairros e “mini centros” comerciais, o que gerou oportunidades de trabalho em várias regiões da cidade.
Aleixo destaca ainda que os setores de serviços e comércio devem continuar como os maiores empregadores. “Acredito que os serviços ligados a diversas áreas e o comércio ainda vão ser os maiores geradores de empregos”, comentou. Para ele, a diversidade dos novos investimentos, que incluem indústrias ligadas ao agronegócio e empreendimentos na área de educação e saúde, reduz a dependência de um único setor econômico.
Apesar do crescimento no emprego, o setor da construção, que emprega 1.956 trabalhadores atualmente, permanece como o de menor índice de geração de empregos. “Com a quantidade de empreendimentos imobiliários na cidade, esse número parece pequeno, mas pode ser que a mão de obra empregada nesses empreendimentos venha de outros municípios”, explica o economista.
Entre os setores que se destacam, a agropecuária registrou um aumento expressivo de postos de trabalho, passando de 5.886 empregados em 2020 para 7.930 em 2024. Aleixo observa que melhorias na infraestrutura e logística local são fatores que beneficiam esse setor.
“Acredito que irão apresentar bons números de crescimento nos próximos anos, e como a nossa infraestrutura melhorou muito nos últimos anos, a logística facilitada e a promessa de melhor logística para o eixo sul tende a melhorar muito”, destaca. Contudo, o economista alerta que a falta de mão de obra qualificada pode ser um desafio para a indústria, exigindo importação de profissionais de outros locais.
Na outra ponta, o setor de serviços, com 11.792 trabalhadores, e o comércio, com 10.510, desempenham um papel central na economia local. “São importantíssimos, a nível nacional os serviços carregam a maioria dos empregos, então há de se observar que tem um impacto muito grande na economia como um todo”, explica Aleixo. Para ele, esses setores são “pilares do mercado de trabalho” e possuem grande potencial de geração de empregos.
A cidade também registrou uma alta rotatividade no número de empresas. Em 2024, foram abertas 2.873 novas empresas e encerradas 1.956, em comparação a 2.602 aberturas e 853 encerramentos em 2020.
Aleixo avalia que a alta taxa de abertura e fechamento de empresas reflete a complexidade da economia local, caracterizada por uma diversidade de setores. “É um dado muito positivo que reforça os dados de aumento de empregos, pois quanto mais empresas, mais investimentos, logo mais emprego e renda para a cidade”. Ele acrescenta que a complexidade econômica de Itapetininga, diversificada entre comércio, serviços e indústria, cria um ambiente favorável para investimentos variados.
Daniele Nunes, manicure que abriu sua empresa este ano, é um exemplo da movimentação no setor de serviços. Após perder o emprego com carteira assinada, ela decidiu atuar de maneira autônoma, atendendo clientes em domicílio. “No começo, fiquei muito chateada de perder meu emprego, mas eu não poderia ficar parada, tenho filhos para sustentar, então essa foi uma alternativa que eu encontrei”, relata.
Nunes ainda diz que, apesar de não ter um espaço próprio, vê na formalização uma oportunidade de sustento e crescimento. “Ainda estou aprendendo sobre como gerenciar um negócio, mas aos poucos pretendo guardar o quanto conseguir de dinheiro e no futuro abrir um salão”.
Com um total de 16.628 empresas ativas na cidade, as principais atividades econômicas incluem o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 727 empresas, seguido pelas obras de alvenaria (693) e cabeleireiros, manicures e pedicures (677). Outros segmentos em destaque são o transporte rodoviário de carga, com 548 empresas, promoção de vendas, com 469, lanchonetes (372) e comércio varejista de mercadorias em geral (340).