Natal diferente

Os finais de anos são pródigos em promessas e juras, quase sempre descumpridas.São comuns as promessas de dar um basta aos vícios, emagrecer, retomar as visitas aos pais, tornar inútil o cartão de crédito, jogar fora o CD de Funk, passar um ano sem novos piercings e tatuagens, caminhar, não mais desejar a mulher do próximo, e tantas outras posturas.
O ambiente natalino e o encerramento do ano estimulam a noção de uma anistia ampla, como que zerando as falhas cometidas e autorizando planos os mais diversos. A ocasião é apropriada a revisão de comportamentos, e muitos conseguem, de fato, incrementar a solidariedade e o esforço pessoal.
O contexto selvagem em que vivemos, alternando sentimentos e ações beneméritas com comportamentos de barbárie, é minimizado por períodos festivos e solidários. A tendência histórica é que os primeiros dias de janeiro dissipem a aura de bondade, recém nascida em fins de dezembro.
Para a maioria dos brasileiros, a virada do ano é vista como a chegada de um período de dificuldades. A inflação, ainda não sentida pelas novas gerações, tende a aumentar, e o desemprego, maior chaga social, já ronda o dia-a-dia de milhões de famílias.
A economia encontra-se decadente, e preparamos a crise de amanhã, pela inibição de investimentos. O espírito natalino e as esperanças naturais dos finais de anos parecem impotentes, para animar até otimistas incuráveis.
As baixarias e descréditos do ambiente político não alimentam esperanças, e Papai Noel vai estranhar a generalizada expectativa de má notícias.
O Natal, entretanto, continua sendo uma data festiva, às crianças que ainda acreditam no bom velhinho, às pessoas que homenageiam o aniversariante, e aos cervejeiros e churrasqueiros de sempre.
O Natal, como toda data intensamente comemorada, mais uma vez apresentará as consequências da idiotia humana, com acidentes envolvendo motoristas embriagados e violências pouco civilizadas.
Mais uma vez, fogos de artifício permitirão a localização de idiotas capazes de atormentar animais domésticos e causar acidentes os mais diversos. Cientistas de todo o mundo tentam, sem sucesso, descobrir um único aspecto positivo e civilizado em rojões e bombas.
Não convém o pessimismo, em artigos de véspera de Natal. É verdade que a situação não anda boa, mas devemos ter esperanças, pois tende a piorar !
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

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