Temos, hoje, bem mais diplomas e anos de estudo que outrora, mas ainda não somos uma sociedade civilizada.
A civilidade sempre foi confundida com a capacidade de dizer “obrigado”, “por favor” ou “desculpe”, meras benevolências verbais. A civilidade é o conjunto de respeitos ao próximo, e de procedimentos que possam ser adotados por todos, sem prejuízo à sociedade.
A facilidade com que o mosquito da dengue consegue habitar todas as regiões, e infectar milhões de brasileiros, é prova de nossa pouca civilidade. Existem residências onde só uma ordem judicial e força policial conseguem o ingresso de agentes da vigilância sanitária.
A pouca conservação de jardins, orelhões, lixeiras e outros bens coletivos, demonstra o generalizado desrespeito ao equipamento social. Banheiros públicos apresentam grau de deterioração superior ao devido à utilização normal.
A incivilidade agrava o problema do lixo urbano, com a colaboração sempre presente da omissão dos governos. São poucas as lixeiras, e quase nulas as oportunidades do cidadão descartar alguns materiais sólidos e animais mortos.
Rios e terrenos alheios figuram como destinos preferenciais de resíduos sólidos, entupindo bueiros e agravando a insanidade pública. O gasto público economizado na omissão oficial é menor que o despendido nos remendos e gambiarras oficiais normalmente adotadas.
O isopor, o sofá velho e o gato morto não são levados pelos garis, e tampouco oferecem vantagens aos recicladores. Alguns poucos municípios efetuam coletas de trecos, e só quem gera tais porcarias tem a dimensão da real necessidade de tal providência.
Grande parte das residências descarta o lixo urbano em saquinhos de supermercado, amontoando-os às dezenas, alguns furados, obrigando os garis a malabarismos, e alegrando a vida dos cães do quarteirão. São poucos os que separam os recicláveis, e poucas as prefeituras que incentivam os recicladores.
O sossego alheio é constante e impunemente desrespeitado, pelo som deseducado de veículos e residências. Além do som alto e desrespeitoso, a qualidade das músicas é sofrível, não raro do tipo “beijinho no ombro”, “eguinha pocotó” e “lepo-lepo”.
São poucos os banheiros públicos, forçando a utilização de entradas de consultórios, estabelecimentos comerciais, praças e igrejas, que já cuidam de instalar grades no entorno.
A civilidade é ensinada em casa, e exercitada também na escola. Quando a casa não ensina e a escola não exige, a questão vira um caso de polícia, e, de quando em vez, de justiça.
O processo civilizatório não envolve inaugurações, discursos e gastos exagerados, pouco interessando a governantes e ONGs movidas a recursos públicos. Posturas civilizadas devem ser impostas na marra, até que sofistiquemos um pouco a bárbara coexistência de nossos dias.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...