Itapê: a convivência pacífica entre Àrabes e Judeus

“Israelitas e árabes, desde que o Mundo é Mundo, como escreveu o notável Mário Vargas Lhosa, peruano, eles se digladiam por questões religiosas, também em razão de disputas de terra ou então causas raciais. Desta forma não há previsão do término da contenda e o problema se alonga, uma vez que os contendores tem o viez de combate a qualquer preço, o que poderá resultar em escombros para os protagonistas deste embate. Em Itapetininga os originários daqueles países sempre viveram em paz e perfeita harmonia, com familiares em estado de permanente alegria e congraçamento, não dando importância a guerra contínua entre Árabes e Judeus.”

Itapetininga em seu passado, contava com uma centena de árabes, provindos do Líbano, Síria, alguns egípcios, exercendo atividades como viajantes (os indômitos mascates), proprietários de lojas – armarinhos, tecidos, confecções no atacado e varejo, depósitos de fumo (Manoel Kalaf e Abrahão Isaac). Armazéns de secos e molhados, pequenas indústrias, charutaria, alfaiataria, bares e restaurantes, quitandas, farmácias, salões de barbeiro e outros setores comerciais, envolvendo grande movimentação.
A cidade que concentrava seu comércio em diversas ruas e, notadamente, na Rua Campos Sales, abrigava em seu seio poucas famílias judias, algumas originárias do Estado de Israel, criado no ano de 1948, com o voto do chanceler brasileiro Osvaldo Aranha. Apontava-se nos dedos aqueles’ israelitas que se radicaram em Itapetininga.
Os destaques, estimados e respeitados por toda população local, recaiam no folclórico e simpático Moshe Grajkar ,cujo filho Bereck reside ainda na Campos Sales, com loja popular e onde se reunia com altas autoridades e pessoas gradas para compartilhar de saborosos petiscos e participar de saudáveis bate papos. Seu vizinho Benjamin Perloff dedicava-se ao ramo de alfaiataria, confeccionando ternos e vestidos para ambos os sexos, enquanto os Irmãos Isaac Ferman dedicavam-se ao comércio de móveis e, na mesma Campos Sales, instalava-se José Lerner, com a loja de confecções e ternos para senhores e os Irmãos Shatan também com móveis e tapetes.
Marcos Segal, vizinho da antiga Padaria Nastri, representava grande fábrica de móveis e Salomão Pawlowisk, com seu “Lar Feliz”, oferecia os mais modernos móveis para quartos, cozinhas e banheiros a preços módicos, encontrava-se localizado em área, hoje ocupada pelo prédio Barão, no Largo dos Amores. O então Cine Ideal, desativado, servia como depósito de cereais de Bernardo Hehiman, judeu alemão, provindo da capital paulista e dedicado a compra de milho, feijão, arroz, etc.
Quase ninguém, ou poucos, falam e comentam em Itapetininga sobre as violentas e devastadoras incursões israelitas contra os palestinos, atualmente na famosa faixa de Gaza. Segundo os jornais, o balanço de guerra de aproximadamente um mês, apresenta o seguinte: mais de 2000 palestinos mortos, entre eles 627 crianças, meio milhão de refugiados acerca de 5 mil casas arrasadas. Israel perdeu 80 militares, 6 civis e foram lançados sobre seu país 3.450 foguetes, dos quais 610 foram interceptados por seu sistema de defesa e os demais causaram apenas danos materiais.
Israelitas e árabes, desde que o Mundo é Mundo, como escreveu o notável Mário Vargas Lhosa, peruano, eles se digladiam por questões religiosas, também em razão de disputas de terra ou então causas raciais.
Constantemente os meios de comunicação divulgam combates e carnificina entre judeus e os países do Oriente Médio. E as soluções de paz não chegam nunca a se concretizar, a despeito das várias tentativas de um acordo pacífico entre líderes mundiais e a Organização das Nações Unidas.
Desta forma não há previsão do término da contenda e o problema se alonga, uma vez que os contendores tem o viez de combate a qualquer preço, o que poderá resultar em escombros para os protagonistas deste embate. Em Itapetininga os originários daqueles países sempre viveram em paz e perfeita harmonia, com familiares em estado de permanente alegria e congraçamento, não dando importância a guerra contínua entre Árabes e Judeus.
O tempo passou, mas uma amizade perene e imorredoura continua entre este colunista e o conhecido Bereck, filho de Moshe Grajkar, desde os idos de 1940, ambos colegas de escola, de formação de reservista da nação e também jogadores em porfias futebolísticas.

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