Oficialmente o verão 2024/2025 começa na madrugada do dia 21 de dezembro e termina também no início da madrugada do dia 20 de março de 2025. Várias características da estação começaram a surgir já em novembro, que foi um mês de muita chuva em vários estados. Com a aproximação da estação, Itapetininga se prepara para enfrentar temperaturas elevadas, pancadas de chuva e possíveis ondas de calor, características típicas da estação.
No Hemisfério Sul, onde está localizado o Brasil, a estação do verão é caracterizada por apresentar dias mais longos do que as noites, clima quente e chuvas constantes, em decorrência da rápida evaporação das águas pelo calor do Sol.
Para entender melhor as mudanças climáticas previstas para a região, o Correio conversou com o professor e especialista em Agrometeorologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Daniel Nassif.
Segundo Nassif, o verão não terá influência de fenômenos climáticos e trará dias mais longos, temperaturas mais altas tanto durante o dia quanto à noite e uma umidade elevada, com chuvas concentradas no fim da tarde, padrão típico da estação. “A boa notícia é que, para este ano, não há previsão de influência dos fenômenos climáticos El Niño ou La Niña, sendo considerado um período tecnicamente neutro”.
Apesar de um clima mais estável, Nassif alerta para a possibilidade de ondas de calor intensas entre janeiro e fevereiro, quando as temperaturas podem ultrapassar os 35°C na região. “Esse período quente pode ser acompanhado de um ‘veranico’, que é um intervalo seco que pode durar de 7 a 10 dias, afetando a produção agrícola, por exemplo”.
De acordo com o especialista, culturas como soja, milho e pastagens serão favorecidas pelas condições de calor e luminosidade prolongada, mas outras plantas deverão ter a atenção redobrada, até mesmo no bolso dos consumidores.
“A produção de hortaliças poderá enfrentar desafios devido às altas temperaturas e ao excesso de chuvas, o que pode impactar negativamente a aparência e elevar seus preços nos supermercados, afetando a economia”.
Para minimizar possíveis prejuízos, Daniel sugere que produtores acompanhem regularmente a previsão do tempo e considerem a instalação de sistemas de irrigação para lidar com períodos secos. Ele também alerta para o risco de chuvas fortes durante esse período. “Em casos de chuvas intensas e risco de granizo, o monitoramento climático pode ser crucial para evitar danos às plantações”.
Para facilitar o monitoramento climático, o agrometerologista recomenda o uso de aplicativos e plataformas online que fornecem informações detalhadas em tempo real, baseadas em imagens de satélite e radares meteorológicos. Ferramentas como essas ajudam a planejar o manejo das culturas e a tomar decisões estratégicas para a safra.
O profissional ainda alerta sobre pragas e doenças fúngicas, que com a chegada do clima quente e úmido, há uma maior probabilidade de surgimento. “A consultoria de engenheiros agrônomos especializados é fundamental para a aplicação correta de defensivos e para garantir uma produção mais segura”, ressalta o professor.
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