O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) publicou uma resolução em que autoriza a erradicação da espécie arbórea leucena (Leucaena leucocephala) a medida visa controlar a proliferação dessa planta exótica reconhecida por seus impactos negativos ao ecossistema local.
Vinda do México e da América Central, a planta já foi considerada uma “árvore milagrosa” por crescer rapidamente mesmo em áreas degradadas, de clima seco e solo pobre. À medida que foi introduzida em diferentes regiões, porém, o que era seu grande trunfo acabou se tornando um grande problema, e sua propagação passou a colocar em risco espécies nativas.
O engenheiro florestal e presidente do Comdema, Décio Hungria Lobo, explicou ao Correio como a planta tem se proliferado no munícipio. “A leucena tem uma capacidade de produção de sementes muito grande e como consequência, também de proliferação, pois onde cai a semente, ela germina. A par disso, ela passou a ser considerada uma invasora, trazendo prejuízo para a flora local, pois as árvores nativas tem dificuldades de se desenvolver por conta de sua agressividade e invasão”.
Na resolução de 01 de novembro, a instituição ressalta que a espécie invasora tem um difícil controle e está infestando parte significativa da cidade e formando grandes maciços.
A planta, que segundo o engenheiro é muito vista nas marginais, terrenos baldios e em estradas de Itapetininga, está entre as 100 piores espécies invasoras do mundo, causando estragos especialmente próximos de rios e nascentes.
Por isso, o Comdema baixou uma resolução que autoriza a sua supressão sem a necessidade de reposição obrigatória, salvo nas de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Nesse caso, é necessário apresentar um projeto técnico elaborado por um profissional habilitado com reposição de mudas de espécies nativas.
Inclusive, o presidente ainda adianta que tem conversado com os membros da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Itapetininga para montar um plano de arborização para o município. “É muito importante. Não só para o clima, deixando-o mais fresco no verão, quanto para a saúde, na qualidade do ar, na economia e até mesmo no turismo de Itapetininga. É muito bonito ver uma cidade cheia de árvores, flores e outras plantas. O mesmo pode ocorrer aqui”.
Para finalizar, Décio comenta sobre a importância da divulgação sobre a leucena. “É bom que saibam que não se trata de uma planta como as outras. É uma praga, que se alastra sem controle. Quando a virem, já saberão identificar”.
Procurados pelo Correio para comentarem sobre a resolução, a Prefeitura de Itapetininga e a CETESB – Agência Ambiental de Itapetininga, não retornaram até o fechamento dessa edição.