A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) está investigando um possível rompimento de uma barragem, de um porto de areia, ao lado do Rio Itapetininga. O material da lagoa da mineradora entrou em contato com rio, esse material pode causar danos ambientais. Ao Correio, a companhia informou que iniciou na terça-feira, dia 08, os levantamentos na empresa de mineração de areia, ao lado do rio Itapetininga. Os resultados só devem ser concluídos nos próximos dias devido ao excesso de água proveniente das últimas chuvas, que dificultam uma inspeção mais detalhada no local.
Ainda segundo a Cetesb, os trabalhos de investigação continuaram nesta quinta-feira, dia 10. “A princípio, foi constatada uma elevação do nível do rio, inundando parte da área de extração de areia. A Cestesb analisa se houve carreamento de algum tipo de material ou produto para o rio, que pudesse alterar a sua qualidade”.
O assunto foi discutido na sessão da Câmara Municipal nesta terça. Em um requerimento do vereador Etson Brun (CIDADANIA) aponta que houve um possível rompimento de barragem de uma mineradora de areia no Rio Itapetininga.
No requerimento o vereador informa que uma expedição do Projeto de iniciação cientifica, desenvolvida pelo aluno do curso de Gestão Ambiental da FATEC Itapetininga, João Vitor Ferriello Alves, orientado pelo Prof. Dr. Frederico Guilherme de Souza Beghelli, apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), navegou por um trecho do Rio Itapetininga, fazendo medições e coletando amostras da água e deparou-se com uma situação completamente atípica.
“Durante a descida foram surpreendidos por árvores caindo no rio e muitos trechos desbarrancando, e aproximadamente nas coordenadas: Longitude 48°05’04”W e Latitude 23°39’11,66”S, próximo a uma mineradora de areia já não era mais possível distinguir onde era o curso natural do rio, provavelmente ocorrido por um estouro de barragem, invadindo áreas de preservação, mata ciliar e desviando o curso natural do rio”, aponta o documento.A intenção do parlamentar é que seja enviado ofício à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB e ao Ministério Público do Estado de São Paulo – MPSP, para que procedam a fiscalização.
A Cetesb já iniciou os trabalhos e o Ministério Público ainda não recebeu o documento.
Em nota, a prefeitura informou que A Secretaria de Meio Ambiente de Itapetininga acompanha a situação do Rio Itapetininga, já que realiza rondas no rio para verificação e coleta de materiais. “Vale salientar que a responsabilidade de fiscalização e autuação é da Cetesb e outros órgãos competentes”, disse.
Impactos ambientais
O engenheiro ambiental Vinícius Mori Válio explicou quais impactos ambientais podem ser causados após o contato da lagoa de decantação da mineradora com o Rio Itapetininga. “O material é um tipo de poluição diferente da poluição causada por esgoto, por exemplo. Ele aumenta a coloração da água do rio e diminui a turbidez. Vai causar impacto na flora e nos peixes. E por alterar a turbidez, vai modificar o equilíbrio e acabar diminuindo também concentração de oxigênio”.
O especialista ainda aponta que o problema poderia ter sido maior, mas aconteceu depois do ponto onde a água é captada para distribuição na cidade Itapetininga.
O Correio questionou a Cetesb se a mineradora está com as licenças em dias, mas ainda não obteve retorno.
O Jornal não conseguiu contato com os responsáveis pela empresa.