Nesta semana uma tentativa de feminicídio chocou Itapetininga, na madrugada do último domingo uma mulher foi esfaqueada pelo ex-companheiro na saída de um clube. Após tentar matar a mulher e um amigo que a acompanhava o homem fugiu. A redes sociais foram invadidas com a foto do homem, um policial penal aposentado, que foi preso na última segunda-feira pela Polícia Militar. O caso tomou grandes proporções e expõe uma estatística preocupante na cidade. De acordo com dados da Delegacia de Defesa da Mulher, em média são registrados 100 casos de violência contra a mulher por mês em Itapetininga.
De acordo com a delegada Julia Nunes esse não é um caso isolado que acontece no município. “A Delegacia de Defesa da Mulher de Itapetininga, registra por mês cerca de 100 boletins de ocorrência em diversos crimes, ameaça, perseguição, injúria, lesão corporal e também tentativa de feminicídio, esse dados não são os oficiais podendo ter uma variação dos números”.
A tentativa de feminicídio aconteceu no domingo, a vítima já tinha uma medida protetiva contra o suspeito que foi localizado em uma estrada próximo a cidade de São Miguel Arcanjo. De acordo com a delegada o homem já estava respondendo criminalmente pelos crimes de ameaça e perseguição. “Em agosto do ano passado, a polícia civil já cumpriu o mandado de busca e apreensão contra esse suspeito, porque ele ainda tinha o direito de portar armas de fogo por ser policial penal. Essa arma foi apreendida a medida protetiva estava válida”.
Nesses últimos seis meses o suspeito não tinha entrando em contato com a vítima tinha parado de persegui-la ou ameaça-la, relatou Nunes. “Então no último sábado ela saiu um pouco de sua casa para viver normalmente, ter uma vida livre. Mas, infelizmente, foi surpreendida por esse investigado no mesmo local em que ela estava e na saída do o crime aconteceu”.
A delegada ainda alerta para os sinais de um relacionamento abusivo. “A advertência inicial é que no primeiro comportamento abusivo violento, a vítima já saia desse relacionamento para isso que não progrida para atos piores, porque o relacionamento abusivo, violento, ele nunca começa, geralmente com a morte já da vítima”.
“Ele começa de forma sutil, através de xingamentos de humilhações de muros na parede, quebra e danifica objetos dentro da casa. Depois parte para lesão corporal e posteriormente, pode progredir para o assassinato de uma mulher. Então o que a polícia civil orienta é, nunca espere o pior acontecer no primeiro sinal de violência ou agressão. Saia desse relacionamento para que isso não progrida”, acrescenta Nunes.