Por: Bruno Xavier
No cenário esportivo, lesões graves como a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e lesões meniscais representam desafios significativos para muitos atletas. Para entender a gravidade e o impacto dessas lesões, conversamos com a fisioterapeuta Dra. Daniela Ferreira, especialista em ortopedia esportiva e professora universitária, e com o goleiro Guilherme Assis Marinho Sutil, de 15 anos, que atualmente joga pelo Real Soccer e recentemente enfrentou essa dura realidade.
A Ferreira explica que essas lesões são comuns em esportes que exigem movimentos bruscos e mudanças rápidas de direção, como o futebol e o basquete. “Essas lesões são frequentes devido às demandas físicas desses esportes. Atletas envolvidos em atividades com altos impactos e movimentos rápidos estão mais propensos a sofrer lesões no LCA e no menisco”, detalha a especialista.
Segundo a Ferreira, a recuperação dessas lesões é um processo complexo e pode variar significativamente. “Para atletas, o tempo médio de recuperação é de 9 a 12 meses, mas isso pode variar com base na gravidade da lesão e na resposta ao tratamento. Recentemente, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e tratamentos biológicos têm melhorado as taxas de recuperação”, afirma. Ela também destaca a importância da reabilitação progressiva, do treinamento neuromuscular e da propriocepção para uma recuperação eficaz e para a prevenção de novas lesões.
O goleiro Guilherme Sutil viveu de perto os desafios dessa recuperação após um acidente durante um jogo em Itapetininga. “Senti uma dor intensa e percebi que a lesão era grave”, lembra Sutil, que na época jogava pelo São Bento. O incidente, causado por um impacto com um adversário, resultou na ruptura do LCA e na soltura do menisco. O tratamento incluiu uma cirurgia e um longo período de recuperação, interrompendo abruptamente sua rotina de treinos e competições.
Durante esse período crítico, o apoio da equipe técnica e da família foi fundamental. “O suporte foi imenso. Todos estavam determinados a fazer o possível para minha recuperação”, conta Sutil. Integrar a fisioterapia ao seu cotidiano foi um desafio, especialmente do ponto de vista psicológico. “Era difícil lidar com a limitação de movimentos que antes eram simples. Mas a vontade de voltar a jogar e mostrar minha recuperação foi o que mais me motivou”, revela.
Agora, de volta ao campo, Sutil enfrenta uma nova etapa em sua carreira, lidando com movimentos complexos e um tempo maior para recuperar a confiança plena. Ele reflete sobre as lições aprendidas: “Aprendi que não posso parar, mesmo quando machucado. O equilíbrio entre a vida pessoal e a paixão pelo esporte se tornou mais claro para mim.”
Para outros atletas passando por situações semelhantes, Sutil oferece um conselho: “Mesmo que as coisas pareçam difíceis, não desista. É apenas uma barreira a mais que você pode superar. A vida está testando sua determinação para seguir com seus sonhos.” Concluiu