Um emprego é difícil, dois então. O estudante Samuel de Morais Siqueira conseguiu duas vagas de trabalho em uma semana. Ele deixou a área de serviços para ingressar no setor industrial. As oportunidades, segundo ele, foram conquistadas por possuir formação técnica acumulada na curta carreira profissional: Mecatrônica, pelo Senai de Sorocaba, e está no 2º ano de Análise de Desenvolvimento de Sistemas pela Fatec de Itapetininga.
“Se o aluno souber conversar facilitará muito a integração dele no mercado de trabalho!”, contou Morais. O caso serve para ilustrar o desempenho de Itapetininga que gerou 673 empregos em maio. Isso garantiu 11ª colocação na geração de empregos no interior do Estado de São Paulo, conforme dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O setor que teve melhor saldo foi a Agropecuária (305), seguido por Indústria (180), Serviços (97), Construção Civil (87) e Comércio (4). De acordo com o economista Márcio Henrique Aleixo, a cidade mantém a tradição na agricultura. Esse setor é conhecido pela alta sazonalidade nos empregos. Ou seja, há muita rotatividade. As pessoas são contratadas por períodos curtos e demitidas. “Ao acabar a colheita são dispensados em sua maioria”, reforça o economista.
“Agropecuária tem uma alta concentração de renda que não distribui tanto”, afirmou em entrevista ao Jornal Correio. Com a Reforma Tributária aprovada no Congresso Nacional, o especialista alerta que Itapetininga deverá investir em logística e, evidentemente, na educação, para atrair novas indústrias e se diferenciar das demais cidades. “Mão de obra qualificada é um dos pilares do desenvolvimento”, destacou o especialista.
Aproximadamente 85% da população vive na urbana, e apenas 15% na área rural. Portanto, os setores de indústria, serviços e comércio são prioridades na cidade, em função da distribuição dos habitantes na área território. Além disso, o especialista aponta que a cidade poderia apostar em fábricas ligadas ao setor de alimentos.
Porém, qualquer indústria se instalaria em Itapetininga, independente se a matéria-prima utilizada na empresa existe no município, contanto que também possua infraestrutura. O especialista dá como exemplo a cidade de Alumínio que tem uma grande empresa de produção de alumínio em que a bauxita vem de Minas Gerais ou do Pará. Naquela época, foi avaliado que teria melhor escoamento da produção para os grandes centros e exportação.
Abaixo da média paulista
Com 41.235 pessoas com empregos formais, o que equivale a 26,13% do município que é de 157.790 habitantes. O percentual de criação de vagas com carteira assinada em Itapetininga está abaixo média estadual paulista que assinala 31,5% da população. Para alcançar essa taxa de São Paulo, Itapetininga teria que criar mais 8.4 mil registros de empregos formais.