Quando o inverno chega a Itapetininga, a cidade ganha cores e formas proporcionado por árvores que florescem na estação mais fria do ano. Entre as mais notáveis estão os Ipês, em suas variações roxa, amarela e branca, além do exótico Assa-peixe e da Astrapéia, uma espécie não natural do Brasil. Conversamos com o engenheiro florestal Felipe Frigieri, que nos contou sobre as características, desafios e cuidados necessários para a preservação dessas árvores.
Os Ipês, com suas flores roxas, amarelas e brancas, são os protagonistas dessa temporada de floração. Juntamente com o Assa-peixe e a Astrapéia, essas árvores têm a notável capacidade de florescer durante o inverno, um fenômeno que, segundo Felipe Frigieri, está diretamente relacionado à redução do fotoperíodo, ao frio intenso e à menor precipitação característica da estação. “Essas condições ambientais fazem com que essas árvores ajustem seu ciclo de vida para maximizar a floração quando menos competição existe por polinizadores”, explica o engenheiro florestal.
A importância ecológica dessas árvores não pode ser subestimada. Elas são vitais para a fauna local, especialmente para polinizadores como abelhas e pássaros. Durante o inverno, quando há menos flores disponíveis, os Ipês e outras espécies fornecem néctar e pólen essenciais para a sobrevivência desses polinizadores. “Essas árvores servem como uma das poucas fontes de alimento para as abelhas, borboletas e pássaros durante um período crítico”, destaca engenheiro florestal.
Quanto ao solo, Frigieri ressalta que não há um tipo específico mais adequado para essas árvores. O desafio real está na conservação. “Os Ipês e outras espécies enfrentam problemas como podas mal realizadas e ataques de parasitas, como a erva-de-passarinho, que compromete sua saúde”, alerta o engenheiro florestal. A falta de projetos ou programas específicos para a arborização dessas espécies em Itapetininga também é uma preocupação.
As mudanças climáticas também podem impactar a floração dessas árvores, embora seja difícil afirmar com certeza como. “Variações na temperatura e umidade podem influenciar o ciclo fisiológico das plantas, afetando sua floração”, explica Frigieri.
Para quem deseja plantar essas árvores, Frigieri recomenda a escolha de mudas em bom estado fitossanitário e um preparo adequado do solo. “O preparo deve incluir descompactação, adubação e calagem, além de irrigação no primeiro ano”, sugere. Em áreas urbanas, é essencial considerar o tamanho da muda e o espaçamento, para evitar problemas com equipamentos públicos e calçadas. “A remoção das ervas-de-passarinho e tratos culturais como irrigação e adubação são fundamentais para o sucesso do plantio e floração dos Ipês”, conclui.