Conhecido como Akuira, Áquila Gerard de Almeida Santos, de 22 anos, encontrou nas batalhas de rap a sua verdadeira paixão. O jovem, que trabalha como motorista de aplicativo, desde seu primeiro contato com as batalhas em 2017, Akuira percorreu um caminho cheio de desafios e vitórias, transformando-se em um dos talentos promissores do rap de Itapetininga.
O motorista de aplicativo, tinha apenas 15 anos quando se deparou com a Batalha da Aldeia no YouTube em 2017. O evento, que celebrava seu primeiro ano de sucesso, marcou profundamente o jovem. “Minha primeira batalha foi em 2019 na “Batalha do Senna”. Eu fui apenas para assistir, mas alguns MCs mais velhos me incentivaram a rimar”, relembra Akuira. Naquela ocasião, a timidez e a multidão de estranhos o deixaram nervoso. “Foi uma experiência assustadora, eu não fui muito bem”, admite.
Apesar do início conturbado, o motorista de aplicativo nunca desistiu. Sempre apaixonado por rap e dotado de uma criatividade rápida, ele viu no gênero uma maneira de expressar suas ideias e sentimentos. Inspirado pelo MC Dudu, do Espírito Santo, que também começou jovem, Akuira decidiu que as batalhas de rap poderiam ser mais do que um hobby. “Eu me inspirava muito no Dudu porque tínhamos a mesma idade, e pensei que se ele podia, eu também conseguiria”, diz ele.
Com o sonho de um dia participar do Nacional, o maior evento de batalhas de rap organizado pela Família de Rua, Akuira continua a aprimorar suas habilidades. Ele não costuma preparar suas rimas com antecedência, preferindo confiar em sua capacidade de improviso. “Improvisar completamente é essencial. Decorar uma rima é como fazer um gol de mão no futebol, é antidesportivo”, compara ele. Para manter sua mente afiada, o motorista de aplicativo lê bastante, assiste a filmes e desenhos e estuda figuras históricas.
Além das batalhas, o motorista de aplicativo se destaca em outras formas de arte. Ele tem paixão por poesia, música e teatro, este último um hobby que cultiva há seis anos. “Gosto de dizer que sou artista de várias artes. O teatro me ajuda nas batalhas, e a música complementa meu trabalho no teatro”, explica.
Apesar de suas conquistas, Akuira mantém os pés no chão. Ele valoriza a humildade e o respeito, princípios que aprendeu. “Sempre faço as coisas de forma a não atrapalhar ninguém e sempre respeito meus valores”, afirma. O apoio da família e dos amigos tem sido fundamental em sua trajetória. “Meus pais sempre disseram que se algo faz bem, deve ser feito, então me apego a isso toda vez que rimo.”