Terminou nesta segunda-feira, 28 de fevereiro, o período em que é proibida a pesca no Estado de São Paulo. A medida, que está em vigor desde 1º de novembro de 2021, tem o objetivo de proteger os peixes nativos que fazem a piracema, movimento de migração anual realizado por várias espécies nativas para desovar nas cabeceiras das bacias hidrográficas.
A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explicou que com o fim do período de defeso, a partir do dia 1° de março de 2022 as restrições deixam de ter validade. Esse momento é bastante aguardado pelos praticantes da pesca profissional e amadora e adeptos da modalidade esportiva. Na reabertura é comum observar o aumento da procura pelos principais pontos de pesca.
No entanto, é preciso levar em conta que o fim do período de restrições não marca o final do processo. “A natureza não usa calendário”, ressalta o pesquisador Fábio Sussel, para a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Lembrando que o período de defeso foi estabelecido porque em torno de 80% dos peixes se reproduzem nesse intervalo. “É importante que, se o pescador perceber que um peixe está com o abdome abaulado, indicando a presença da ovas, que o espécime seja devolvido ao rio”, aconselha o pesquisador.
Ainda em entrevista para a pasta, o pesquisador explicou que nos últimos seis anos, o índice pluviométrico do Estado de São Paulo esteve abaixo da média histórica. Fenômeno que perdurou até dezembro de 2021. Contudo, a partir de janeiro as chuvas foram mais intensas. “A piracema não pode ser calculada em números, mas podemos afirmar que a natureza proporcionou as condições ideais para a reprodução das espécies”, destacou.
A Secretaria reforçou que o respeito à legislação e ao cuidado com o meio ambiente é condição indispensável para que os rios e as represas continuem a oferecer peixes em abundância às atuais e futuras gerações.