Especialistas em Saneamento denunciam que a “sede” de Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela privatização da SABESP será um desastre para os municípios do interior , com população de menor renda. Apontam que a lógica de mercado, que prioriza o lucro, não combina com políticas públicas de saneamento para as comunidades mais pobres.
Em votação realizada de forma eletrônica no dia 20 de maio, a Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário (que representa 370 dos 375 municípios paulistas atendidos pela Sabesp) aprovou a celebração de um novo contrato unificado para a prestação de serviços de saneamento básico após a privatização da Sabesp.
Os prefeitos também deram seu aval ao regimento interno do Conselho Deliberativo da URAE-1. O conselho será encarregado das decisões relacionadas ao planejamento, organização e execução dos serviços de saneamento no estado depois da privatização.
Parece democrático, né ?
Porém, além do “alinhamento” natural dos prefeitos ao governador Tarcísio (que é quem tem “a caneta” para destinar recursos aos municípios), na URAE-1 o Estado de São Paulo tem 37% dos votos e a capital paulista tem 19% dos votos, aponta o especialista em Saneamento e ex deputado estadual Rodolfo Costa e Silva. Desta forma, o governador Tarcísio de Freitas tem o poder de decidir de acordo com os seus interesses a privatização da maior empresa de Saneamento das Américas e terceira maior do mundo.
Perguntado pelo Jornal Correio de Itapetininga sobre seu posicionamento na privatização da SABESP, o prefeito Jeferson Brun limitou-se a responder que “a desestatização da Sabesp já é uma realidade e iremos trabalhar junto aos órgãos responsáveis para que mais investimentos sejam realizados em nosso município”.
O Jornal Correio de Itapetininga escutou os especialistas, José Everaldo Vanzo (Engenheiro Civil e Sanitarista que ocupou cargos de alta gerência em empresas públicas e privadas de Saneamento e de Recursos Hídricos) e Rodolfo Costa e Silva (Engenheiro sanitarista e ex-Deputado Estadual, um dos criadores da tarifa social)