Há quase 10 anos, voluntários colocam a mão na massa para transformar realidades e construir lares, trazendo dignidade e o direito à moradia às famílias em situação de vulnerabilidade social em Itapetininga. O projeto “Mãos à Obra” nasceu da Fundação Cultural Nossa Senhora da Divina Providência, e conta atualmente com a mobilização de cerca de 10 voluntários que ajudam a fazer o bem ao próximo.
A ação solidária já beneficiou cerca de 150 famílias que tiveram o sonho de ter um lar realizado, conta a voluntária Maria Inês Carmelo. “Desde 2013 começamos a construção e reforma de casas para famílias em condições absurdas, famílias morando em barracos de madeira, sem banheiro, sem cozinha, usando balde para necessidade das crianças, famílias morando em casas sem água, sem luz, são muitos absurdos, muitas famílias sem ter até o que comer”.
Recentemente, o projeto criou uma iniciativa social inovadora gerando renda para pessoas desempregadas, que podem ajudar na produção de tijolos sustentáveis feitos de isopor, utilizados para a construção das casas.
Maria Inês explica que esse tipo de tijolo é ecológico pois sua principal matéria-prima, o isopor, é um grande vilão da natureza visto que é dificilmente reciclado e, se se jogado fora, demora cerca de 450 anos para se decompor.
“Nós temos uma máquina que mói o isopor e mistura com areia e cimento, essa população desempregada vai até nossa sede, onde temos as formas para fazer esses tijolos e blocos de piso, que também estamos começando a fazer. Com o material que nós damos, essas pessoas executam esse trabalho, ou seja, a gente tira o isopor da natureza e oferece esse trabalho para quem está desempregado. Em seguida, nós pagamos essas pessoas por unidade do tijolo ou do bloco e por fim utilizamos esses materiais na construção de casas para famílias em estado de miséria, formando então um ciclo bem bonito”.
Com autorização dos órgãos competentes, o projeto entregou recentemente uma casa construída inteiramente com esses tijolos ecológicos, que inclusive, foi declarado mais resistente que o tijolo normal, além de ser térmico e acústico.
Por fim, Maria conta que é uma alegria imensa fazer parte dessa ação beneficente. “Você encontra um sentido maior para a vida, percebe que compartilhar, na realidade, é receber. Quando você vê crianças e famílias que estavam em estado de miséria, de fome, morando em condições subumanas, e depois poder ver a alegria deles chegando e entrando em uma casa de tijolos, pintada, com quartos, banheiro, chuveiro quente, tudo funcionando… é uma satisfação maravilhosa, e temos assim a certeza de fazermos parte de um processo de amor, de vida e de fraternidade”.
Sr José, Solange, Isabel, Sandra, Maria Inês, Madalena, Francisca, Cadu, Patrícia, Denise, Cristina, Ruth e outros, são os voluntários que através do trabalho em equipe e do amor, se dedicam para fazer o bem a quem mais precisa.
“Ninguém pode doar uma casa inteira, mas pode doar alguns tijolos”
Atualmente o “Mãos à Obra” enfrenta um desafio para continuar erguendo casas: a aquisição de cimento. “Além de nós darmos o cimento e ainda pagarmos para as pessoas fazerem os tijolos, o cimento está muito caro, então está sendo muito difícil para mantermos o projeto”, relata Maria Inês.
Em vista disso, a Fundação lançou a campanha “Doe um tijolo” para levantar recursos. Quem desejar, pode contribuir doando R$ 5 para a compra de cimento que será utilizado na fabricação dos tijolos ecológicos. Link para a doação: https://pay.hotmart.com/W73773969U?checkoutMode=10&bid=1672337945065
Outras ações
Com a finalidade de minimizar o sofrimento humano, entre algumas das ações da Fundação Nossa Senhora da Divina Providência, semanalmente, voluntárias se reúnem para confecção e montagem de enxoval que são doados às gestantes carentes; cerca de 30 cestas básicas são doadas às famílias atendidas, além de roupas, sapatos e mobiliário, tudo proveniente de doações, já que a Fundação não tem fins lucrativos.