Nos últimos anos, Itapetininga registra queda no número de matrículas escolares. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), o total de matrículas no município caiu de 38.855, em 2014, para 36.721, no ano passado. Essa redução reflete uma tendência demográfica mais ampla, explica Leandro Augusto Feichtenberg, chefe da agência do IBGE, em Itapetininga.
“É possível notar que a população etária está encolhendo, ou seja, a fecundidade está diminuindo no município. Isso também ocorre no Brasil como um todo e tem relação com o modo de vida da sociedade atual”, afirma Feichtenberg. A diminuição das matrículas não é um fenômeno isolado e reflete mudanças estruturais na sociedade.
A redução da taxa de fecundidade, um indicador demográfico importante, mostra que menos crianças nascem, resultando em um menor número de alunos nas escolas. Essa tendência está ligada a diversos fatores, incluindo mudanças no estilo de vida, prioridades das famílias modernas e acesso a métodos contraceptivos.
O cientista social e professor, José Roberto Rodrigues dos Santos, destaca que a queda no número de matrículas pode ter impactos significativos na área de ensino. “Eu penso que acaba tendo impacto, mas as políticas educacionais não são adequadas. Classes menores, com 20 alunos, seriam mais adequadas melhores para lecionar. Os professores não perderiam emprego, seriam mantidos muitos professores por escola, e o desenvolvimento do aprendizado seria muito melhor”, sugere Rodrigues dos Santos.
Ele argumenta que, em vez de aglutinar 40 ou 45 alunos por sala, deveria investir em turmas menores, que, devido às diferenças no processo educacional e ao avanço da tecnologia, funcionam de forma mais eficaz. “Essas mudanças não afetam apenas as políticas educacionais, mas também a estrutura e funcionamento das escolas”.
O professor ainda acrescenta que com menos alunos, há uma oportunidade para reavaliar a organização das salas de aula e a dinâmica de ensino, proporcionando um ambiente mais focado e personalizado para os estudantes. Essa adaptação pode levar a um melhor aproveitamento dos recursos educacionais e a um desenvolvimento acadêmico mais sólido para os alunos.