Uma das questões mais preocupantes do agronegócio brasileiro é a suspensão da ferramenta essencial para a produção, vindos do principal país fornecedor do Brasil, a Rússia.
Segundo o engenheiro agrônomo Edigar Petisco, essa sanção afeta a agricultura do Brasil inteiro, pois quando o custo dos fertilizantes aumenta, consequentemente aumenta também o custo de produção. Isso pode prejudicar não somente o produtor, mas também o consumidor, já que há uma tendência de aumento no custo dos alimentos.
“O que poderia ser feito a curto prazo é, caso o câmbio baixasse, nós teríamos diretamente um custo menor para adquirir esses produtos. A longo prazo a opção seria explorar jazidas minerais no nosso território já que em um país tão grande como o nosso, parece pouco provável que nós não tenhamos também jazidas que pudessem nos abastecer” explica o engenheiro.
O Brasil, apesar de ser o quarto maior produtor de grãos do mundo e o segundo entre os exportadores, pode ficar vulnerável com essa dependência da importação de suprimentos, visto que, o país ainda importa cerca de 85% dos fertilizantes usados na agricultura, só de potássio, o percentual importado é de cerca de 95%, e a Rússia é o principal país fornecedor.
Só no ano passado, foram gastos US$ 3,5 bilhões com a compra de adubos e fertilizantes vindos da Rússia e as matérias-primas dos fertilizantes subiram mais de 100% em dólar, ou seja, o custo dobrou. Sem esses produtos, a oferta pode diminuir e o preço, disparar.
Segundo o embaixador Sergey Lukashevich, a Rússia foi obrigada a suspender as vendas de fertilizantes para o agronegócio brasileiro porque o escoamento foi proibido pela Lituânia, que fechou as fronteiras.
Essa interrupção das exportações pela Rússia e pela Belarus, tende a deixar o agronegócio mais suscetível a crises internacionais, além de elevar seu custo, provocando desequilíbrio e prejudicando a safra brasileira e o mercado consumidor.
Para evitar o cenário de escassez, o governo brasileiro tem discutido aumentar a importação de países como Canadá e Irã, já que não tem atualmente estoque suficiente no país.
O governo federal em breve deve lançar o Plano Nacional dos Fertilizantes, que tem por objetivo reduzir a dependência externa do produto, muito sensível a crises internacionais, como a de agora.
Pronunciamento da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Em conversa com jornalistas na quarta-feira, dia 2, a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, pediu tranquilidade e afirmou que o Brasil tem estoque de fertilizantes suficientes para o plantio até outubro e que o governo já trabalha desde o ano passado com alternativas para garantir o suprimento para o setor, no caso de escassez provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
“A safrinha de milho já está acontecendo, então o que precisava de fertilizantes já está garantido. A safra de verão, que será no final de setembro, outubro, é uma preocupação, mas também temos do setor privado a confirmação de que há um estoque de passagem suficiente para chegar até outubro”, disse a ministra.
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