Mayara Cruz
Itapetininga está entre sete municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) que já aderiram à tarifa zero para o transporte público, também conhecido como transporte universal. O município implantou o transporte gratuito mais recentemente, dezembro de 2023, unindo-se à Araçariguama, Alumínio, Cerquilho, Piedade, Porto Feliz e Tietê.
O investimento do poder público no transporte urbano é de R$ 500 mil mensais. Para o trabalhador que utiliza o sistema de segunda a sábado, com duas viagens diárias ao custo de R$ 3, a economia representa, ao ano, aproximadamente R$ 1.700. Já para uma indústria, com 50 funcionários, estima-se que a economia será de aproximadamente R$ 40 mil ao ano com o transporte.
Ainda, segundo a administração municipal, antes do transporte de graça a média de ocupação dos veículos da frota era de aproximadamente 20% e após a implantação do transporte gratuito, pode alcançar 100% em horários de pico.
Mais ônibus
Conforme o universitário Robson Luiz Guimarães, 40 anos, o acesso gratuito ao serviço de transporte é positivo, mas há algumas situações que merecem a atenção da administração pública. “Há uma desvantagem: os ônibus têm horários muito espaçados e por isso os ônibus ficam lotados”, afirmou Guimarães.
Para André Junior, além dos horários espaçados há a dificuldade de acesso digital. As informações sobre a rota e horários estão fixados no site da prefeitura de Itapetininga, porém com design que dificulta a busca pela rota desejada. “Eu, por exemplo, não encontro no site da prefeitura. Acho que se tivesse um aplicativo App de celular, bem simples, ficaria mais fácil de saber o horário que o meu ônibus passa no Jardim São Camilo”, sugeriu Júnior.
Transporte: um gargalo
Um estudo produzido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) nomeado, “Financiamento Extratarifário da Operação dos Serviços de Transporte Público Urbano no Brasil”, apresenta soluções que possibilitariam a oferta de um transporte coletivo de qualidade, com tarifas zeradas ou reduzidas, garantindo seu acesso universal.
Primeiramente, vale explicar a expressão utilizada pelo instituto: Universal. Tal nomenclatura se dá porque não há, neste caso, exigências quanto à nacionalidade ou moradia fixa dos usuários. Qualquer pessoa que esteja em uma cidade com tarifa zero poderá utilizar o transporte tranquilamente.
Segundo a assessora política do Inesc, Cleo Manhas, os cálculos elaborados preveem um custo de R$ 70,8 bilhões para o cenário onde a tarifa zero seria implementada em todo país, o que equivale a 1% do PIB. O estudo completo está acessível no site do Instituto.