A data que foi esquecida

Com a pasta nas mão, por vezes pesadas, ou carregando malas – transportadas geralmente por outras pessoas- desembarca do trem o passageiro procedente da capital ou de outras localidades, servidas pela Estrada de Ferro Sorocabana.
Trata-se do então conhecido “Caixeiro Viajante”, com seu indefectível guarda-pó branco, que vai visitar a freguesia comercial da localidade, a fim de atender as necessidades urgentes de firmas daquela área… Um cenário que se desenrolava continuadamente em todos interior do Brasil.
Esses, denominados “cometas”, trabalham para empresas industriais de gêneros diversos, secos e molhados, além de artigos de consumo obrigatório. Permanecem nas cidades – de grande e pequeno porte – de acordo com a quantidade de fregueses a serem atendidos e, impreterivelmente, abrindo “caminho para nova clientela”. Hospedam-se, geralmente, em hotéis ou pensões existentes nas cidades.
A maioria deles tinham como características a simpatia ímpar, sorrisos permanentes nos lábios, atenciosos para com todos, falantes, bom humor e com inteiro respeito a qualquer pessoa.
Usando a paciência e atenção como “arma maior”, suportam, muitas vezes, exaltação ou ofensas do comerciante, mas “procurando sempre apaziguar os ânimos, com todo cavalheirismo”.
Caixeiro Viajante ou representante comercial, em Itapetininga, hospedavam—se e eram bem vindos, nos tradicionais hotéis São Paulo, Roma, depois Vitória, ou Central e também em pensões como a “Paca”, no Largo do Rosário, do Jr. Jardim, no Largo dos Amores, São Jorge, na Alfredo Maia ou do Sr. Malatesta, na Quintino Bocaiuva.
Após visitas e trabalho árduo, à noite permaneciam nos hotéis, “preparando pedidos ou acertando questões sobre vendas ou cobranças realizadas”. Muitos também mantinham “agradáveis conversas, ou então se entretendo no Largo dos Amores, observando o famoso “footing” dos jovens e a movimentação dos bares existentes em seu entorno.
E todo “! º de outubro”, em comemoração ao “Dia do Viajante”, os Hotéis São Paulo, de propriedade de Romeu Pandolfo ou o “Roma”, depois Vitória, de Saladino de Almeida e depois Armando Límoli, proporcionavam lauto e festivo almoço pela data, com a presença das mais altas personalidades do município.
Os caixeiros-viajantes formavam classe das mais benquistas das cidades onde aportavam. Eram os encarregados das vendas de produtos fora dos estabelecimentos ou fábricas, em locais longe de sua cidade.
Gratas recordações são guardadas por José Pires Germano, aposentado e que atuou com brilho e distinção como viajante, sendo posteriormente elevado, por mérito, ao cargo de supervisor da Cia Gessy Lever, por dezenas de anos. As suas viagens eram feitas pelas estradas de ferro, ou ônibus e dava assistência a toda a freguesia, procurando sempre aumentar a clientela.
Trabalhou em várias regiões do Estado de São Paulo e em alguns municípios de Minas Gerais. De Itapetininga lembra-se não só da imensa clientela, como de colegas viajantes como João Bechara, Olímpio Rodrigues, Manoel Kalaf, Abrahão Isaac – vendedores de fumo-em-corda – Parente de Gataz Alguz – e vendedor de miudezas e outros.
Casado com a professora Hilda Cardoso, José Pires Germano, 92 anos, proveniente de São João da Boa Vista, reside em Itapetininga desde 1954 e aqui adaptou-se e perfeitamente se integrou, com satisfação, na sociedade local.

Últimas

Usuários aprovam transporte coletivo gratuito

Após 100 dias população aprova ônibus gratuito

Com avaliação positiva da maioria da população, o transporte público gratuito em Itapetininga fez cem dias no início do mês de abril. A medida foi implementada pelo prefeito Jeferson Brun...

Cidade confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Itapetininga registra novo caso de Chikungunya

Itapetininga registrou um novo caso de Chikungunya nesta quinta-feira, o paciente é uma mulher de 25 anos, que já está recuperada. O caso é autóctone, ou seja, que se origina...

Correio Político 998

Correio Político 998

Sueli Marquetto Presente no leilão durante a abertura da 51ª EXPOAGRO 2024, a deputada federal (PMDB) Simone Marquetto, circulou entre os convidados nas diversas mesas, conversando bastante com estes, sempre...

Pronto Socorro 2 do Hlob começa a funcionar

Pronto Socorro 2 do Hlob começa a funcionar

O Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes, sob gestão da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo (Enkyo), abriu ontem (17/04), de forma emergencial, o Pronto Socorro 2, devido à alta demanda de...

mais lidas

Assine o Jornal e tenha acesso ilimitado

a todo conteúdo e edições do jornal mais querido de Itapetininga

Bem vindo de volta!

Faça login na sua conta abaixo


Criar nova conta!

Preencha os formulários abaixo para se cadastrar

Redefinir senha

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail para redefinir sua senha.