Paulo, o apóstolo, estava preso em Roma. Na cadeia, escreveu várias cartas e entre elas a carta aos filipenses. Alguém já disse e apenas repito que a missiva foi “escrita com o coração nos lábios”. Revela, portanto, uma falta de nexo, porque o coração não raciocina, não forja silogismos, não burila frases, não obedece a uma concatenação lógica de pensamentos e exposições. Respeito o pensamento do autor, mas penso que ele exagerou, dizendo que não há nexo.
No meio da carta, bem no meio, o apóstolo diz aos filipenses: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E achado na forma de homem humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:5)
Como se pode observar, lendo esta parte da carta, que Cristo foi humilhado e exaltado como nosso Redentor.
Surge a pergunta: Em que consistiu a humilhação de Cristo? Os teólogos, no século XVII, reunidos em Westminster, responderam: “A humilhação de Cristo consistiu em ele nascer e isso em condição baixa, feito sujeito à lei; em sofrer as misérias desta vida, a ira de Deus e amaldiçoada morte na cruz; em ser sepultado e permanecer debaixo do poder da morte durante certo tempo. Jesus nasceu em Belém e teve o seu corpo envolvido em panos e deitado numa manjedoura. Foi sujeito à lei, como se fosse um pecador, sendo circuncidado no oitavo dia. Nasceu na pobreza e numa família pobre, pois esta não tinha condições de oferecer um cordeiro a Deus e ofereceu um par de rolinhas ou dois pombinhos. Sofreu canseira e enfado. Foi desprezado por uma mulher samaritana. Morreu numa cruz, como se fosse um malfeitor e, além disso, entre dois ladrões, como se fosse igualzinho a eles. Foi sepultado, como qualquer mortal, sendo sujeito à morte, embora não possuísse o pecado original.
Paulo, depois, de um modo magistral, afirma que Cristo foi exaltado por Deus, o Pai, que o ressurgiu dos mortos no terceiro dia. Depois de se apresentou vivo para os seus discípulos foi assunto para o céu. Afirma a Bíblia que ele se assentou à mão direita de Deus-Pai e exerce a função de Mediador. Paulo, que teve o privilégio se ir até o terceiro céu, afirma que Cristo intercede pelos homens. Cristo, como mediador, jamais se esquece do que prometeu aos seus discípulos: Eu estarei sempre convosco até a consumação dos séculos. Não há homem santo ou mulher santa que tenha esse poder.
Cristo voltará e virá para julgar o mundo no último dia. Jesus foi humilhado, todavia Deus o exaltou e aguardamos a sua vinda gloriosa.