A metalinguística

A linguagem possui três funções, tais como: referencial ou denotativa, emotiva ou expressiva, fática, conativa ou apelativa, metalinguística e poética. Agora, no entanto, vou tratar da metalinguística. Os gramáticos afirmam que numa aula de português predomina sempre a metalinguagem, uma vez que se emprega a língua portuguesa para tratar da própria língua portuguesa. Dizem, também, que os dicionários são o melhor exemplo de emprego da função metalinguística. No dicionário, como afirmam Faraco e Moura “traduz-se” um termo empregando o próprio código a que pertence esse termo”. Exemplo: Presbiteriano= protestante que não reconhece a autoridade episcopal e nem aceita hierarquia superior à dos presbíteros.
Diante disso e depois disso, posso explicar as palavras de Cristo, registradas pelo evangelista Marcos. Ele não era apóstolo, mas um obreiro ligado aos discípulos comissionados por Jesus. Era sobrinho de Barnabé e foi por causa dele que Paulo e Barnabé discordaram, como foi registrado por Lucas, no seu livro histórico. (Atos 15:36) admite-se, por outro lado, que Marcos se converteu ao cristianismo pela instrumentalidade do apóstolo Pedro. São fatos históricos interessantes para quem gosta de Teologia.
Pois bem, narra Marcos que, certa ocasião, alguns saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se de Jesus e perguntaram, dizendo: Moisés nos deixou escrito que se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a toma como esposa e suscite descendência a seu irmão. Ora, havia sete irmãos, o primeiro casou e morreu sem deixar descendente. Assim aconteceu com o segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto e o sétimo. No final, a mulher morreu. Os saduceus perguntaram a Jesus: “Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram. ”
Jesus, que é Deus encarnado, respondeu aos saduceus que não acreditam na existência da alma, na vida após a morte, na ressurreição do corpo, no juízo final, nos anjos ou demônio, dizendo: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém serão como os anjos nos céus”.
Depois, Cristo ainda disse, usando a função metalinguística: “ Quanto a ressurreição dos mortos não tendes lido no livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora ele não é Deus de mortos; e sim de vivos. Laborais em grande erro”.
Concluo, dizendo: Deus não disse que fora o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, mas sim: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, logo os patriarcas não estavam mortos, mas continuavam vivos no Paraíso, aguardando a ressurreição. Morrera o corpo, mas a alma de cada patriarca continuava viva lá no céu.
A alma, caro leitor, é imortal.