Nesta última quarta-feira, dia 23, Mary Galvão (81 anos) anunciou o fim da dupla com sua irmã mais nova Marilena Galvão (79 anos). Para o leitor (a) que não identificou, estou falando da lendária e tradicionalíssima dupla “Irmãs Galvão” que sempre cantaram e defenderam a verdadeira música caipira, a chamada sertaneja raiz.
Mary declarou que o motivo do encerramento da carreira da dupla é devido ao avanço do Alzheimer de sua irmã Marilena e aos jornalistas falou sobre a tristeza de ver a situação da irmã, que não se recorda mais das letras das músicas da dupla.
Se nos dias atuais há muitas duplas femininas em evidência na música sertaneja, se deve às Irmãs Galvão que foi a primeira dupla feminina, só que da música sertaneja verdadeira e autêntica e não destas duplas horrorosas que existem hoje como as Maiara e Maraisa, Simone e Silmara, “da vida” com músicas horríveis, de baixíssimo nível.
E para não me acusarem de machista, misógino, as masculinas da atualidade como João Bosco e Vinicius, Jorge e Matheus, Fernando e Sorocaba “da vida” são do mesmo “naipe” péssimas, como músicas e letras medíocres. Me desculpem aos fãs (gosto é gosto) elas agridem meus ouvidos, me dão asco, “ânsia e azia”.
Em cena desde 1947, a dupla sertaneja “Irmãs Galvão” depois “As Galvão” (influência da astrologia) se mantiveram na ativa por 74 anos interruptos sempre firmes e fortes passando por todos os modismos, e gêneros que surgiram, e se coroam como pioneiras no universo da música caipira.
Além de cantar, Mary Galvão – nascida em Ourinhos (SP) em 1940 – tocava sanfona na dupla. Já Marilene Galvão – nascida em Palmital (SP) em 1942 – tocava viola enquanto unia a voz com a da irmã para propagar músicas como Beijinho doce (Nhô Pai, 1945), clássico sertanejo lançado pelas Irmãs Castro, mas desde sempre associado às vozes das Irmãs Galvão.
O fim da dupla não deixa de ser simbólica e um marco um encerramento de um ciclo musical. A tradicional a VERDADEIRA música caipira, sertaneja, rancheira praticamente estão morrendo em estado terminal na “UTI”.
Estas duplas que existem hoje com o pseudônimo de “Sertanejo Universitario” (acho horrível está denominação) não são sertanejas ou country (”nem aqui, nem no Texas”) no sentido exato da palavra, são músicas românticas da pior qualidade. Retratam a mulher como objeto descartáveis, a vida como se fosse simplesmente baladas recheadas a álcool com energético e sexo banal, casual mesmo se for no banheiro da casa noturna, uma curtição superficial, letras deploráveis, enfim , um lixo musical e comportamental.
Música Sertaneja no verdadeiro sentido da palavras eram cantadas e tocadas por duplas fantásticas como: “Tião Carrero e Pardinho”, “Tônico e Tinoco” , “Pena Branca e Xavantinho”, Milionário e Zé Rico, Cascatinha e Iana, Liu e Léo entre outras e até mesmo Chitãozinho e Xororó nos início de carreira, depois foram engolidos pelo mercado fonográfico e ficaram milionários.
Eu como um bom caipira de Itapetininga vejo com muita tristeza e melancolia o fim da nossa verdadeira identidade, da verdadeira Música Sertaneja.
Ate a próxima.