O caso veio à tona na semana passada e foi comentado durante todos os telejornais das diferentes emissoras de televisão, rádio, jornais, esgotou o noticiário político das redes sociais e muitos e muitos analistas não deixaram de transparecer em suas faces uma expressão de transtorno. Tal caso foi revelado pela Polícia Federal após exaustivas considerações sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula da Silva como presidente desta república brasileira pela terceira vez.
A invasão da Praça dos Três Poderes atingindo o Palácio do Planalto (que é o poder executivo), o Congresso (Senado e Câmara) poder legislativo e o prédio do Supremo Tribunal Federal (poder judiciário) não foi uma tensão de momento, como se dizia, e sim um sinistro plano de nível superior encabeçado, mas na época de maneira sigilosa, por algumas autoridades militares de confiança do senhor presidente da república recém derrotado nas urnas de 2022 para as eleições presidenciais.
Do resultado delas até a posse do novo chefe da nação, um mês e meio, por aí, começou uma articulação no Palácio do Planalto no sentido de que o novo mandatário da república brasileira fosse impedido de receber a faixa presidencial. E tal plano foi orquestrado por altas patentes do Exército e Marinha (A Aeronáutica não entrou nessa e seu ministro foi constantemente humilhado pelos conspiradores de outras áreas).
É importante frisar que não foi uma conspiração do Exército e da Marinha como um todo. Longe disso, e sim de alguns militares destas duas Forças. Poucos, mas poderosos, quase todos com cargos de chefia. E o plano a ser executado por eles seria no mínimo tenebroso para a democracia brasileira. Ou seja, assassinar (sim, o termo seria este) um ministro do Supremo Tribunal Federal, o presidente recém eleito e seu vice.
O terrível fato só não aconteceu porque não houve a adesão das forças militares do Exército e Marinha, fiéis às suas posições legalistas e um enorme respeito à Constituição Brasileira. E agora tais conspiradores foram revelados pela Polícia Federal e alguns dos mais extremadores deles estão temporariamente presos. E trinta e tantos indiciados (inclusive o ex-presidente) tiveram seus nomes para serem analisados pela Procuradoria Geral da República e levados depois para o Supremo Tribunal Federal julgar, condenar ou não.
Com a vitória de Luís Inácio Lula da Silva, começaram a surgir próximos aos quartéis e tiros de guerra de muitas cidades brasileiras reuniões, a céu aberto (para quem quisesse aderir) no sentido de apoiar o presidente derrotado. Reuniões perigosas e deu no que deu.
Não sei se ainda está passando no cinema do shopping daqui o filme “Ainda estou aqui” com Fernanda Torres, direção de Walter Salles Júnior. Quem quiser saber como foi a ditadura civil-militar de 1964 é só assisti-lo. Mesmo com alguns sérios defeitos nada é melhor do que viver sob o regime democrático que vigora neste país. Nada é melhor. E precisamos lutar para que ela permaneça sempre.
Se fato é foto
O itapetiningano Cassiano Tamura (médico dermatologista), corintiano inveterado, ao lado de seu ídolo Biro Birô, ex-jogador e lenda viva do Corinthians no estádio Arena Corinthians em São Paulo.