Aqui , em Itapetininga, morou a cultura

Entre os anos de 1930 até , aproximadamente, o final dos anos de 1980, uma febre cultural tomou conta de muitos setores da cidade, onde se destacavam diversas realizações para entretimento e “elevação do elemento humano através das artes”. Isto, talvez fosse em decorrência da tradição em ensino, proporcionado pela então notável Escola Normal “Peixoto Gomide”.
Além , claro, dos jornais da capital paulista e Rio de Janeiro, distribuídos em Itapetininga pelo lendário Roque Albino, circulavam na cidade vários periódicos locais com expressivas tiragens, atingindo diversos segmentos sociais. “O Município”, “O Itapetininga”, a “Tribuna Popular”, o “Diário”, o “Combate”, o “Semanário”, o “Dia”, o “Aparecida do Sul”, o “Regional”, “A Gazeta de Itapetininga”, a “Folha de Itapetininga”, entre outros ainda. Também eram veiculados, embora de curta existência, jornais estudantis como a “Falena”, “O estudante” e “O Cometa”.
Os principais órgãos da imprensa local contavam com redatores e colaboradores de alto nível. Nas áreas políticas, social, econômica , esportiva e cultural, com opiniões abalizadas e respeitadas. Destacavam-se de modo ímpar os talentosos homens de letras e especializados do porte de Fernando Rios, Francisco e Joaquim Fabiano Alves, Graco de Oliveira, Celso Carvalho, Antônio Antunes Alves, Paulo Rage, Antonio Galvão, Galvão Jr, Edgard Zilock, Juca Vieira de Moraes, Plínio Ribeiro, Arnaldo Hungria, Murilo Antunes Alves, José Salem , José de Melo Leonel, Mauro Leonel, Manoel Cerqueira, Prof Caldas, Jango Mendes, Belizandro Rezende, Dr Bastos ( que continua escrevendo semanalmente) . Crônicas, artigos de fundo, opiniões , noticiário em geral e outros temas eram estampados com imparcialidade.
Regurgitavam de entusiasmo as bibliotecas do “Venâncio”, “Recreativo”, a “Municipal” na Júlio Prestes e as das escolas “Ginásio”, “Peixoto”, “Escola de Comércio”, a do “Centro Cultural Brasil-EUA”, além das particulares mais famosas, como a de Tonico Alves, Sebastião Vilaça, Paulo Rage e a de Jango Mendes, todas colocadas à disposição de interessados.
Obras de autores renomados e de assuntos diversificados encontravam-se nas livrarias “Camargo”, “Pacheco” ou a de Camilo Lellis, este autor e editor de livros. Sobressaiam-se os livros de Zalina Rolim, Batista Cepelo, Zoraide Leonel Ferreira, Juca Vieira de Moraes, Nhô Bentico, Jacob Bazarian e do grande Hehil Abuazar , além de muitos outros. Famosos se tornaram os artistas plásticos Antônio Gomide, Carlos Ayres, Antônio Arthur Castro Rodrigues, Maria Prestes, Madre Meinhada, Alzira Isaac e Giovanna Fiori. Inúmeras e festejadas Exposições de telas de artistas nacionais consagrados aconteciam nos salões do Centro Cultural (Casa Kennedy) , no Venâncio Ayres e no Grêmio “Estudantino Fernando Prestes”, instituição que uniu os estudantes, fez cultura e política com grande qualidade durante cinco décadas. Gloriosos também se tornaram os saraus promovidos por entidades locais como a AJORI, com a participação das professoras, Chiquinha Cavalheiro Dulce Salem, e Juliana Fabiano Alves, Raul Gavião, Hélio Rubens de Arruda e Miranda, Roberto Placo, Iran Ayres Monteiro, Vasti de Souza , Ivan Barsanti, Olga Pelegrinni, entre tantas outras pessoas que contribuíram para a cultura local.
Dinâmico, entusiasta e fulgurante é o que se podia taxar dos Festivais de Música, levados a efeito nos salões do Clube Venâncio Ayres e da Peixoto, que esteve várias vezes sob a direção dos maestros Diogo Pacheco e Júlio Medaglia, com a participação do crítico musical JJ de Moraes. Em todos os eventos a ativa colaboração do odontólogo Roberto Lima de Lara. Na década de 80 (1980 até 1985) , o presidente do Venâncio , José Lembo, resgatou os festivais no clube, organizado , na época pelo agitador cultural Carlos José Pereira Pinto, o Carlão. Em 1990 (1990 até 1995) Arlindo Calux também realizou festivais e semanas das artes, organizados por Carlão, Odilon Rezende e Mara Calesco .
A vida cultural da cidade se estendia a grupos teatrais, formados por talentos locais e dirigidos por Aires de Souza, Humberto Pelegrini, Carlos Conceição, José Luiz Holtz, e posteriormente por Antonio Balinte e Fuad Abrão Isaac.
Muitas coisas acabaram para sempre, outras vem sendo resgatadas de quando em quando. E como dizia Chico Buarque de Holanda, “….a gente vai levando…”

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