Foi nas noites de 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no saguão do Teatro Municipal de São Paulo que vários artistas mostraram obras com uma linguagem nova. A semana recebeu o nome de Semana da Arte Moderna.
Ela foi aberta por Graça Aranha, que era pré-modernista e que aderiu ao movimento dos modernos. Fez Aranha uma conferência sobre “A Emoção Estética” na Arte Moderna. Foi ilustrado com declamações de poemas e com a execução de peças de Villa Lobos. Tudo isso ocorreu na primeira noite.
Na segunda noite, o declamador foi Ronald de Carvalho que recitou “Os Sapos” de Manuel Bandeira. Ridicularizou o parnasianismo. Olavo Bilac, o príncipe dos poetas parnasianos, dizia nos seus versos: “Quero que a estrofe cristalina/ Dobrada ao jeito/ do ourives saia da oficina / Sem um defeito / Assim procedo. Minha pena / Segue essa norma. Deusa serena, / Serena Forma. /” foi a noite mais agitada, como afirmam os historiadores. A palestra foi apresentada por Mário de Andrade. A pianista, que brilhou, foi Guiomar Novaes.
A terceira noite foi dedicada à música. Villa Lobos apresentou-se de casaca e chinelos. Alguns acham que ele assim se apresentou para desmoralizar, como fazem certos pregadores que pregam com calça jeans e camisa para fora da calça. (Falsa humildade) Outros afirmam que ele veio de chinelos, uma vez que estava com o pé machucado. Os escritores empregavam uma nova linguagem, até com erros. Atacavam o passado e, de um modo particular, o parnasianismo, uma vez que era um estilo muito apegado a regras e modelos. Defendo os modernistas quanto à literatura, mas defendo as obras clássicas, elas não devem ser mudadas e devem ser apresentadas como eram e como são.
A Bíblia, por exemplo, deve ser traduzida do Hebraico e do Grego corretamente, sem omitir palavras, como os escribas hebreus fizeram com o Velho Testamento, (conservando para nós), pois podem deixar de dizer, propositalmente, uma palavra chave para o bom entendimento de um dogma. No evangelho de Mateus, por exemplo, no capítulo onde narra o nascimento de Jesus, omitiram a palavra “prototokon” “primogênito”. No texto diz: “mas não a conheceu ela intimamente, enquanto não deu à luz seu filho primogênito. E lhe deu o nome de Jesus. ” Em português, na Bíblia revista e atualizada no Brasil, assim aparece o texto: “Contudo não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus. ” (Será que é Modernismo?) No mesmo evangelho, capítulo 25, versículo 13 omitiram uma oração. No texto falso assim está: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. ” Repare como está no grego, traduzindo no pé da letra: “Portanto, vigiai, porque não sabeis nem o dia nem a hora em que o Filho do homem vem. ”
Que coisa horrível! Que blasfêmia! Não se omite nenhuma palavra importante da Bíblia. Modernismo tem limites. A Bíblia, para mim é a única regra de fé e prática nas línguas originais.