Os antigos tinham um costume esquisito. Invadiam as terras dos outros e dividiam em lotes, como se fossem deles.
Estive por três vezes em Salvador, Bahia. Na última vez, depois de visitar a Igreja e Convento São Francisco, passeando na praça, que, na verdade, são duas que se ligam. Na segunda vi o monumento do Bispo Sardinha, cujo nome completo é D. Pedro Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil. Lembrei-me, na hora, da História do Brasil e senti, fruto do pecado original, um prazer e alegria sem par. Veio à minha memória o episódio de que o primeiro bispo foi devorado para não dizer, comido pelos índios caetés, no arroio de são Miguel das Almas. Os meus antepassados, naquela época, odiavam a cruz, pois, através dela, conheceram a escravidão e a maldade dos europeus. Muitas mulheres indígenas foram estupradas pelos conquistadores e as crianças sequestradas, dizendo que iriam alfabetizá-las, mas, na verdade, queriam eram catequizá-las para que pudessem ser exploradas.
Os companheiros de Cabral, quando desembarcaram na terra que eles deram o nome de Ilha de Vera Cruz, viram que ela já era habitada e tinha o nome de Pindorama, terra das palmeiras. Desrespeitaram os habitantes e dividiram o seu território em quinze capitanias, medindo cada lote de 30 a 100 léguas. Tais lotes receberam o nome de capitanias, as quais foram doadas para doze donatários, nobres portugueses. Foi o rei D. João III que dividiu o Brasil em lotes no ano de 1534. Os beneficiados ainda receberam o título de capitães e governadores e, para tomarem posse, mataram os indígenas que eles chamavam de bugres, afirmando, sem conhecimento científico e teológico, que eles não tinham alma. Toda ação tem uma reação. Os indígenas receberam bem os europeus, mas diante da matança, apelaram para os arcos e flechas. Surge, agora, a pergunta: Como você agiria, vendo a sua terra invadida e as suas mulheres desrespeitadas e os seus filhos sequestrados?
Fiquei alegre e ri baixinho. A minha esposa, vendo o riso no meu rosto e nos meus olhos, perguntou: Está ficando doido? Não, respondi, é que me lembrei de um fato interessante, depois eu conto. Um dos meus antepassados, no século XVI, afirmou que a carne de português tinha gosto de banana assada. Atualmente, com base na ciência, os entendidos afirmam que a carne humana mais se assemelha a de porco, ou suíno, usando o termo correto. Na hora, enquanto a minha esposa e o meu filho contemplavam a beleza de Salvador, levantei os olhos para o céu e disse baixinho: Senhor, perdoa-me pelo meu pecado de pensamento. Apenas duas capitanias progrediram: São Vicente e Pernambuco. Citarei as razões numa outra ocasião.
Todos nós carregamos a maldade no nosso coração. São Paulo afirmou que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Os indígenas, como eram idólatras, receberam os portugueses, assim como os franceses, como se fossem deuses. Os europeus, no entanto, os trataram como seres sem alma, desprovidos da humanidade. É verdade que Pero Vaz Caminha não teve essa ideia, vendo a beleza dos índios e, de um modo particular, das índias. Vi, numa fotografia, uma índia guará, amamentando, juntamente com o seu filhinho, um porco do mato. Quanta inocência! Que amor aos animais órfãos! Diante disso e depois disso é necessário que obedeçamos a ordem de Cristo e preguemos o Evangelho a toda criatura. Vejo a História do Brasil de um modo diferente, pois respeito os meus antepassados. Defenda os indígenas.
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