Certa vez, assim narra o médico Lucas, trouxeram algumas crianças para que fossem abençoadas por Cristo. Os discípulos, futuros apóstolos, vendo, os repreendiam. Marcos e Mateus narram o mesmo fato.
Os três evangelistas empregam o verbo “trazer” na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer agente já expresso. Quem é que trazia as crianças? Não se sabe. Aliás, em português, assinala-se a indeterminação do sujeito de três modos: Usando o verbo na terceira pessoa do plural; com um verbo ativo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome se, e, por último, deixando-se o verbo no infinitivo impessoal. Eis os exemplos: 1 – Bateram palmas, depois que ela cantou, como se fossem carismáticos. 2 – Devagar se vai deixando a igreja liberal. 3- É triste assistir o relaxamento do culto a Deus.
Creio, no entanto, que eram os pais que traziam os seus filhos. Eram, também, numa sequência lógica, que os pais eram repreendidos pelas futuras autoridades eclesiásticas.
Hoje, todavia, o problema continua sendo o mesmo. Há muitas autoridades respeitáveis, que afirmam que as crianças não devem ser batizadas, uma vez que Jesus disse: -“ quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. ” (Mr.16:16) O texto referido é um requisito para aqueles que aceitam a Cristo como seu único e suficiente salvador. Se as crianças não são capazes de crer e por isso não podem ser batizadas, então elas serão condenadas? Jesus, o Redentor, contesta tal fato, pois afirmou que das tais é o reino de Deus e não faz qualquer referência a fé.
No Novo Testamento, há o registro de cinco famílias inteiras que foram batizadas. Será que não havia crianças nessas famílias? Atos 10:23,24 e 48; 16:15,33;18:8 e I Co.1:16. Os eruditos afirmam que Orígenes, um teólogo da Igreja Primitiva, disse que os apóstolos batizavam as crianças.
No Velho Testamento as crianças faziam parte da Igreja e eram recebidas pelo rito da circuncisão. A Igreja de Deus é uma e una. O apóstolo Paulo, na carta que escreveu aos romanos, assevera que os judeus foram cortados da oliveira, árvore que representa os israelitas e que os gentios cristãos foram enxertados. Tanto os judeus, como os gentios formam uma só árvore. Assim como as crianças na dispensação judaica faziam parte da igreja, devem elas, também, pertencer na dispensação cristã.
O batismo substituiu a circuncisão. As crianças são herança do Senhor e herdeiras espirituais de seus pais, logo tem o direito de receber o batismo. Alguém, sabiamente, disse: – “ O batismo é a circuncisão em Cristo, um sinal da aliança e fé e deve ser ministrada, às crianças, pois fazem parte da família. ” (Cl. 2:11-12) A igreja sempre batizou as crianças, somente no século XVI, com o movimento anabatista, que o batismo de crianças foi questionado. O batismo é um selo da aliança com Cristo e não um sinal de conversão.
As crianças, concluindo, devem ser batizadas.