José era filho de Jacó com Raquel. Luís Vaz de Camões, num soneto, conseguiu, de um modo magistral, sintetizar o amor de Jacó a Raquel. Em dois quartetos e dois tercetos resumiu os sonhos, os suspiros, e as batidas de um coração apaixonado por uma jovem morena, olhos grandes, negros e rasgados da região de Harã.
Jacó foi enganado por Labão e esposou Lia, irmã de Raquel. Acochou tanto o seu sogro, pedindo-lhe a sua amada Raquel, a ponto de ficar mais sete anos trabalhando como escravo. Camões, na sua inspiração, afirma que Jacó começou a servir mais sete anos, dizendo:- “Mais servira, se não fora / para tão longo amor, tão curta a vida.”
Com Raquel teve dois filhos: José e Benjamim. Raquel morreu de parto, quando deu à luz Benjamim. Os dois foram criados com amor e carinho, pois eram frutos de um amor sincero e puro. Um dia, Jacó enviou o seu filho José para ver como os seus irmãos estavam no campo, uma vez que eram pastores de ovelhas. Quando os seus irmãos o viram, ainda longe, intentaram matá-lo. Um deles, no entanto, interveio e sugeriu vendê-lo aos ismaelitas que se dirigiam para o Egito. José foi vendido pelos seus irmãos e comprado e vendido por parentes longínquos que o venderam para Potifar, funcionário de Faraó.
No Egito, na casa de Potifar, levou a bênção de Israel. Diz o escritor sacro:- “E aconteceu que desde que Potifar o pusera sobre a sua casa, e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a sua casa, por amor de José.”
José era formoso, solteiro, estrangeiro. A sua formosura cativava, a sua vida de solteiro atraia e a sua origem despertava a curiosidade para o que era diferente. A mulher de Potifar não suportou tão grande tentação. Certo dia, quando se sentiu protegida das línguas ferinas dos outros servos, agarrou José pela túnica, sorrindo e usando uma linguagem melíflua, disse: Deita-te comigo.
José, como respeitava a Deus e ao próximo, desvencilhou-se, deixando o seu casaco em suas mãos e fugiu.
Ela, como não conseguira atrair o homem de seus sonhos, começou a gritar, pedindo socorro, afirmando que o estrangeiro queria estuprá-la. Exibia a túnica colorida de José. A roupa que para José representava fuga, para ela se tornou num penhor de assédio sexual.
Tão forte era o desejo da carne que o transformou em paixão. Não conseguiu se satisfazer e o amor apaixonado que devotava ao filho de Jacó se converteu em ódio. Usou a sua dialética, inflamada pelo ódio para desonrá-lo, convencendo os empregados da casa, o seu marido e as autoridades de um suposto assédio
José, o homem que recebia a bênção e abençoava, foi preso. Ela, a pecadora, fora aos olhos do marido uma senhora virtuosa e José, o justo, foi condenado pelo pecado que não cometera. Deixara nas mãos da adúltera a sua túnica.
Deus, no seu tempo certo, mudou a vida de José. Fez dele o segundo governador, depois de Faraó. A mulher de Potifar, no entanto, morreu no esquecimento e até hoje não se sabe o seu nome.
Falecidos da Semana
13 DE DEZEMBRO DE 2024 ESTELA DE ALMEIDA ESPOLAOR DATA/LOCAL DO FALECIMENTO: 13/12/2024 ÀS 00:38 HS EM ITAPETININGA-SP IDADE: 100 ANOS PROFISSÃO: APOSENTADA ESTADO CIVIL: VIUVA DO SR. MARIO ESPOLAOR...