Aconteceu no último oito de março, Dia Internacional da Mulher, quando o deputado federal, na Câmara em Brasília, subiu ao púlpito e disse que ia fazer uma homenagem a mulher brasileira. Seu nome, Nikolas Ferreira (um dos mais votados do país), moço ainda, bem moço, mas com uma vitalidade rançosa, começou dizendo que, no Brasil, a mulher estava “perdendo espaço” para a mulher trans. Ou seja, a mulher trans está domingo a comunidade feminina nacional.
Num momento em que a mídia (em todos os seus setores) está tentando derrubar uma série de preconceitos em relação ao ser humano, este rapaz crucifica a mulher de outro gênero, mas mulheres. E o deputado não ficou só nisso. Disse que a verdadeira mulher deveria ficar em sua casa, apenas fazendo serviços domésticos e tratando dos filhos. Em que país este deputado vive? No Brasil, pelo jeito. Ele está negando toda a independência que o elemento feminino conseguiu depois de tantas e tantas lutas. Daria para uma família viver atualmente só com o salário do chefe, supostamente o homem? Com a inflação alta, o custo de vida ainda exorbitante, o salário da mulher (ainda menor que o do homem) ainda é essencial.
O deputado em questão poderia abordar outros temas, talvez não tão chamativo, mas primordiais como, a mulher que não possui uma casa para morar com os seus filhos, ter um saneamento básico ao seu redor, ter transporte digno para ir e vir, criar mais delegacias de mulheres, denunciar o feminicídio, ter acompanhamento médico gratuito sempre (se ela não tem um plano de saúde), receber os remédios que precisa, ter uma escola digna para seus filhos. Enfim, poder viver.
Nikolas, no final do mês é pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho para falar como se estivesse no século XVII ou XVIII. O tal deputado quer se candidatar a prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais, e já está congregando seu eleitorado, que não é pouco. Cuidado com ele. Temos que cortar o “mal pela raiz”. Vem à mente no período em que a Avenida Paulista lotava de paulistanos que queriam o “impeachment” (ou golpe?) da presidenta Dilma Rousseff, e apareciam cartazes pedindo intervenção militar já. A mídia (até a esclarecida) não ligou, e deu no que deu, como vocês sabem.
Se fato é foto…
Padre Reinaldo Ramos (Catedral Nossa Senhora dos Prazeres) esteve com o Papa Francisco no Vaticano (Itália) durante Congresso de Direito Canônico. Foto – Arquivo Pessoal
