Era linda, negra, misteriosa… Ficava sentada no tapete da sala, no sofá, parecia sentir-se a dona da casa… Quando eu passava, ela me olhava de um jeito inquiridor…
Às vezes, eu a expulsava da sala e ela virava um corisco pela porta… Era ágil como todo bichano…
De repente, a fulana ficou lerdinha, lerdinha… E começou a emagrecer, emagrecer… Lembro que até perguntei pro pessoal quantos anos ela tinha… Minha filha respondeu: ”quando a tia a deixou aqui, já tinha mais de dez!”. Compramos uma ração especial para ver se a bichinha se animava, mas, ché! Não corria mais, parecia uma lesma peluda de quatro patas se arrastando pela casa… Judiação!
Um dia, de manhã, surpreendi meu cunhado tentando dar vitamina com uma seringa pra danada… Fiquei surpreso: não sabia que o moço gostava tanto da felina!
Todos na família combinaram que na próxima semana, iríamos procurar um veterinário, mas…
No último dia do ano, minha filha vem contar: pai, a gata morreu, tá lá deitada, quietinha, quietinha… Fui conferir e era verdade… Não tinha mais nada do corisco que eu havia conhecido… Vou enterrá-la no jardim do quintal, pensei!
E assim procedi e enquanto cavava um buraco no jardim, uma ideia me ocorreu: gato não morre, desengata!
E enterrei-a ao lado de uma roseira…
Após 100 dias população aprova ônibus gratuito
Com avaliação positiva da maioria da população, o transporte público gratuito em Itapetininga fez cem dias no início do mês de abril. A medida foi implementada pelo prefeito Jeferson Brun...