Na Voçoroca do Sul, uma empresa de ônibus detém o monopólio do transporte coletivo há cerca de quarenta anos. É tempo barbaridade! Só ela pode transportar voçoroquenses vivos para lá e para cá… Mas, por não cumprir direito seu dever e deixar passageiros ao deus-dará, alguns gênios da freguesia deram um jeitinho e inventaram o taxi-lotação… Ô lugar!E os taxistas, que só desejam lotar sua carroça pra garantir um ganha-pão travam uma briga de foice pelas ruas da cidade. O trânsito na querência é um salve-se-quem-puder!
Novo prefeito toma posse e promete botar ordem no barraco: pra inicio de prosa, diz que passagem de ônibus custará apenas “Um real”! Feita concorrência pública, empresa alienígena vence a disputa e, se tudo der certo, o privilégio da firma aborígine vai pro beleléu! Mas, quem já está levando gente pra lá e para cá há mais de vinte anos, não vai entregar a rapadura assim, de “mão beijada”, né mesmo? Em defesa de seus direitos, a dita-cuja protocola mandado de segurança, pedindo anulação da licitação e, pelo que se ouve por aí, está tudo no ar!O suspense é geral!
Motoristas de táxi-lotação estão de cabelo em pé e se perguntam: “se ônibus for pra um real, quem vai entrar no meu possante, viajar espremido igual sardinha em lata, sentir o meu perfume, olhar pra minha cara feia e pagar o sacrifício? Há quem diga que o dono de uma frota está à beira de um enfarto e apregoa aos quatro ventos: “ai, se eu pego esse alcaide aparecido, vai voar pena pra todo lado, ah, se vai!”Empresários, motoristas e parentada já nem dormem direito e se perguntam: e agora, minha gente, acabou minha boquinha?
Quem, ao menos pode sonhar, é o usuário… “Ô gente, barbaridade! Mas isso é bão demais da conta: se eu for daqui até a Matriz por apenas um real, juro que vou à missa todo domingo, rezo pela saúde do prefeito e ainda engordo o dízimo”!Por enquanto é só expectativa, mas, ao que tudo indica, a fuzarca tá formada e a peleja, apenas no começo. Quem sobreviver, verá…
Encafifado com esse bruto arranca-rabo, fui consultar Terguino Braúlio, jurisconsulto, xamã, advinho e gramático de nascença. O destemido me recebe cordialmente, lá pras bandas do “Pito Aceso”, e sentencia: “bá, tchê, pelo que me contas, tá todo mundo fazendo tempestade em copo d’água! Eu, Terguino, tenho a solução e é facim, facim… Explico num já-já: é só a prefeitura ser corajuda e financiar a criação de mulas! Cada muar nascido na querência, será um tostão a menos no Imposto de Renda e o criador receberá “auxilio-alfafa”. Em pouco tempo todo voçoroquense terá à sua disposição um saltitante quadrúpede. Além do mais, é uma solução ecologicamente correta! Carro, moto, ônibus isso é coisa de quem se acha o tal! Vamos prestigiar a mula e tá acabado! Afinal, foi ela quem fundou essa deslumbrante freguesia , vamos cavalgar, de novo, e acabar com o monopólio desses estropícios de quatro rodas!”
Isso sem contar que o “esterco” será abundante e, quem diria: vamos cultivar grama no asfalto!
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