Uma amiga, lá da Suíça, me lembrou: e se a Cobra Grande, de repente, gostar de derrubar coisas?
Por enquanto, a danada derruba pontes numa cidadezinha perdida no cafundó do Judas e que, segundo dizem, foi fundada por tropeiros…
Já pensaram o que seria deste país mal-assombrado, se a lendária serpente entra em transe bem debaixo do Senado Federal? Seria um corre-corre de senadores esbaforidos e todos eles com um crucifixo na mão suplicando a proteção do Divino-Santo-Pai! O Renan Calheiros seria o primeiro a se escafeder segurando as calças!
Se, porventura, a cobrona cafifenta tem um chilique raivoso barbaridade nos subterrâneos embolorados do Supremo Tribunal Federal, credo-em-cruz! Seria um abalo sísmico nunca visto no país dos torcedores de futebol… Excelências se atracariam num pandemônio jurisprudente, togas se enroscariam ao jeito de roupa velha num varal quando bate ventania! Súmulas explodiriam como bolhas de sabão, sentenças se diluiriam igual cera junto ao fogo… Juízes tropicariam em becas, chutariam códigos, escorregariam em canetas espalhadas pelo chão… E onde hoje se equilibra o prédio do Supremo, restaria apenas uma montoeira de detritos!
Mas, o furdúncio maior mesmo aconteceria se a baita cumpridona saracoteasse em surto psicótico cobróide bem debaixo do palácio do Planalto! A Dilma, coitadinha, não teria tempo de calçar seus sapatinhos importados, nem retocaria o batom… Correria descalça e um mundaréu de assessores, com pastas na mão, iria atrás tropicando nos tapetes, lap tops e arquivos…
De Brasília, nada restaria! Nem a placa inaugural do Juscelino!
Mas, por enquanto, a Cobra Grande tá longe, bem longe… Quem sabe se o siricutico de agora não é apenas um ensaio!
Quem sabe?
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