Sou obrigado a viajar a São Paulo no dia 7, em pleno sábado cheio de Sol… No caminho até a Rodoviária atravesso a Praça José de Arruda Moraes… Noto que muita gente se aglomera em frente à banca de revistas e trocam figurinhas de jogadores de futebol… Há um clima de festa no lugar! Sigo em frente… Entro no ônibus em companhia de minha tristeza…
Após duas horas e meia de viagem, desço na Ponte do Piqueri… Fico sabendo que a greve dos metroviários continua… Quem vive na capital tem mais um dia de calvário! Sigo a pé pela Rua Monteiro de Melo e percebo a dificuldade de locomoção dos pedestres e motoristas… Trânsito complicado, pontos de ônibus lotados, buzinas aqui e acolá…
Que sufoco!
Sem querer, lembro-me de quantas e quantas vezes, já andei por essa mesma rua, quando morava em São Paulo… Parece que foi ontem! Logo me aproximo do Largo Tito, também conhecido por Praça Cívica… Percebo que uma multidão povoa a praça… Pessoas bem vestidas, senhores, senhoras, moças elegantes, crianças, muitas crianças… Mostram-se tão felizes! O mesmo clima de festa que senti lá, na minha cidade, eu vejo aqui, na capital!
A primeira ideia que me ocorre é que os moradores do Alto da Lapa devem estar comemorando alguma coisa… Parecem tão à vontade, tão alegres! Eu me aproximo da banca para olhar as notícias e disfarçadamente, espiar o que tanta gente está fazendo com tamanha alegria… Num átimo percebo: igual aos moradores da minha cidade, elas trocam
pequenas fotos coloridas!
Porém, algumas manchetes parecem anunciar o apocalipse… “Mobilização das Forças Armadas para a Copa começa na Sexta”; Metroviários continuam em greve; Inglaterra chega ao Rio de Janeiro protegida por “Robocops”… Nossa! Robocops! Será que a “Guerra nas Estrelas já começou”? E agora? Eu nem mandei blindar o meu telhado!
A impressão que tenho é que os jornais falam de outro planeta bem distante, porque os terráqueos à minha volta, continuam alegres e trocando figurinhas!
Então, o que há com os jornais?
Criança de 4 anos morre afogada após cair em açude
Uma criança de quatro anos morreu depois de cair e se afogar em um açude no sítio da família, localizado no bairro Vila Célia, na tarde de segunda-feira, dia 8.