Foram centenas de olimpíadas transcorridas de quatro em quatro anos em muitas dezenas de países. Competições que exaltaram atletas como Joao do Pulo, Oscar, Zatopec, Gay Deveras, Carl Lang, Marcelo Negrão, Giovani e outros astros mundiais.
Em Itapetininga, denominada então pelo professor Francisco Fabiano Alves de “Atenas do Sul”, em razão de suas inúmeras escolas, em épocas passadas, que ainda muitos se recordam, realizavam-se, anualmente, no mês de setembro, e durante muitos anos, as denominadas Olimpíadas Estudantis.
Uma cópia ínfima diante da grandiosidade daquelas Olimpíadas, cujas chamas não se apagam, pois são eternas. Suas realizações sempre impagáveis da memória, como diria o saudoso Jonas Alves de Araújo, atleta local, que presenciou uma delas na cidade do México, e que jamais esqueceu daquele espetáculo.
A ideia da competição surgiu da diretoria do vibrante “Grêmio Estudantino Fernando Prestes”, a princípio instalado na rua Monsenhor Soares, próximo à residência do advogado Kiko Tambelli, posteriormente na rua Venâncio Ayres, próximo ao Cine São José, e depois, na Campos Sales, prédio hoje ocupado pela Biblioteca Municipal.
Congregava centenas de alunos dos estabelecimentos de ensino da cidade. Frequentavam os cursos da famosa Peixoto, o Ginasinho, do Colegial, do Magistério, que abrangiam o secundário e também dos cursos técnicos da Escola de Comércio, Escola Agrícola e o CFT, Curso de Formação de Transporte da Estrada de Ferro Sorocabana, sob a batuta do professor Rubens Carneiro de Campos.
O “Grêmio”, nas temporadas, teve como presidentes, Nelson Guarnieri de Lara, Tercis de Melo Almada, Décio Barreti, Martinho de Moraes Filho, Oswaldo de Lara, José Ozi, Mauro Leonel, Djalma Matarazzo, entre outros. O Grêmio foi desativado em 1968 pela Ditadura Militar.
As competições abrangiam todas as categorias de esportes, desde o futebol, atletismo, até a prova denominada “intelectual”. Durante o transcorrer do evento, a cidade regurgitava-se com esse espetáculo de alegria, confraternização e saúde, inclusive, com a presença de visitantes de toda a região e da capital paulista.
Tinham como palco o campo de futebol do DERAC e na Associação, além de outros locais, como as quadras do Peixoto e do Ginásio, na rua Bernardino de Campos, hoje abandonada.
Foram tempos de grandes emoções, vibração e paixão das entusiasmadas torcidas que se aglomeravam nos locais das competições, inclusive com provocações, brigas, mas sem maiores consequências.
À noite, com movimentação dos estudantes e visitantes, no Largo dos Amores, havia o encontro dos atletas que, embora adversários se confraternizavam, “mas sempre com ar irônico e provocador”. Frequentavam, igualmente, nos bares daquela área, o São Paulo, Primavera, Rodovia, 21 Estados e m=no famoso Gelados, confeitaria e sorveteria do pai do professor e nadador Ninho (Frederico Werner Kraft), estimado e respeitado pela população.
Com muita razão proclamava Píndaro, príncipe dos poetas líricos gregos: “Não há gloria mais perene que a glória olímpica”. E Itapetininga viveu dias de glórias, que não são olvidadas.
As Olimpíadas do Grêmio duraram até o evento do Golpe Militar de 1964, quando foram proibidas pelo regime, por se tratar de movimento estudantil. Posteriormente realizaram-se, esporadicamente, mais algumas Olimpíadas Estudantis, através do departamento e secretaria de esportes da cidade.